letra de telhados - weely vila
[refrão]
eu sei que há telhados partidos
há faces em vidros
há espaços vazios
e há traços antigos
que em mim moram
mas quando os dias são frios
nós secamos os rios
e vemos passar os navios
que aqui morrem
[verso]
tenho sono leve no quinto sonho
e o que levo não me cobra nada
vou modo lebre em quinto corro
mas quase que morro na chegada
aquele tom amargo que o tinto fala
que no copo coube
e o corpo paga
se é ‘pa fazer da própria sina
a próxima cena e a mesma saga
tudo muda ‘pós restantes
e nos mesmos ficaram pós
quando nada muda de importante
então no mesmo ficamos nós
não há palavra tão elegante
que possa dar corda aos nossos nós
e se é ‘pa falar do elefante
não há sala ‘pa tanta voz
e eu quero mudar contigo
mas sem ter de me dar contigo
ou sem ter um olhar contínuo
que seja um olhar contido
agora é ver se assim
consigo não procurar em ti abrigo
não quero um lar ‘pa ver mudar
e pendurar um sinal de aviso
e eu sei que é um final difícil
mas o vício é mesmo assim
só dá gosto no início
mas não dá o rosto no fim
eu sei que não se veste um diabo
mas em ti eu investi
agora canto o mesmo fado
façam silêncio por mim
[refrão]
eu sei que há telhados partidos
há faces em vidros
há espaços vazios
e há traços antigos
que em mim moram
mas quando os dias são frios
nós secamos os rios
e vemos passar os navios
que aqui morrem
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