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letra de waits - uno (prt)

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[letra de “waits”]

[refrão]
acordo e não há som, sou actor, acordo e não há som
nesta folha apareceu escrito, espera mais um pouco
acordo e não há som, sou actor, monto o filme ao calhas
uma decisão ou outra porque quero saber dos outros
acordo e não há som, sou actor, acordo e não há som
nesta folha apareceu escrito, espera mais um pouco
acordo e não há som, sou actor
o filme vivo ao calhas, se falo muito não oiço
[verso 1]
‘tou a olhar para o que penso que não me vê
quero relaxar e só nos sobra md
paranóia não serve de nada mas a bota prende o dedo
pus ali, já não ‘tá, vou sair deste universo de palavras
que afasta pessoas sóbrias e contentes
como se eu não quisesse o mesmo de uma forma diferente
indiferente é a droga, génios só conheço dois
aquele que te mostra que não chegarias onde ele chegou
e o que demonstra que ‘tavas tão perto
já tentei escrever sem dar conselhos
só a olhar para o espelho, mas sou pequeno
e a minha vontade sempre maior, depois vou para as histórias
são apenas pontos na linha e o que se aprende nelas percorre-a
está mais disponível, como quando eu estou p’a ti
e chamas-me inteligente, eu fico contente
mas nem estás para ouvir tudo numa sílaba
espalho a verdade dela em pequenas doses
e eu ainda gosto de resumir

[refrão]
acordo e não há som, sou actor
ainda lá está escrito, espera mais um pouco
acordo e não há som, sou actor
monto o filme ao calhas, uma decisão ou outra
porque vou saber dos outros
acordo e não há som, sou actor, acordo e não há som
acordo e não há som, acordo e não há som, sou actor
[verso 2]
lá ‘tou eu a esperar, não é que eu seja falso
mas o que pensas de mim só de olhar p’rá cara
pode ser boa direção para eu mudar
querem-me tirar o pão
pensam que eu largo tudo porque abro a mão
aguento a noite na boa, quando abrir vou lá
e entretanto deram-me a rima, obrigadão, de obriga dão-me
se eu ‘tivesse sozinho dormia descansado
mas com a marta comigo isto é chato
esquece o poeta livre, liberdade seria libertar-nos
com palavras que não consigo encontrar
caneta e voz esperam que o beat acabe
seja qual for o disfarce, nasci encenado
e vivo já a contar com os cortes
(corta e mete de novo) acordamos
lá vou eu p’ró agradável e é tudo tão importante

[outro]
ya, não ‘tou doente nem curado
já quis mudar de vida e só me compensa variar
o caminho é lembrado todos os dias
espalhar migalhas foi uma escolha minha
danço no infinito perto dum passado
e lanço mais um som porque liberto espaço
um dia é claro que vou doar tudo, objetos e orgãos
mais o que podes tirar sem que eu note
e com o exemplo que dou
acabar com a violência é o meu soco
bazo como sacrifício duma aprendizagem que demora
para depois saberes que nada serve, comigo acontece
viemos todos lançados
dois dias no carro p’a dois dias de trabalho
chegamos aqui, não há, mas já não faço
por tudo e por nada, há pessoal a tratar das cunhas
ao longo desta letra vou-te pôr a par
o melhor que posso dar é a minha experiência
antes que me dê uma coisa má

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