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letra de espinhos - tilt

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[letra de “espinhos”]

[verso 1]
eu acho que tenho amigos
quando falam comigo, aconselham a baixar a guarda
(demolir muros) guardar a espada (mas é complicado)
um abraço é um ataque demorado (huh)
e ela beija-me o pescoço até que acabo degolado
(eu já conheço a história) já vi isto antes
então a culpa não é minha, tenho tudo fundamentado (huh)
numa festa isolado como um monge (monge)
agarrado ao ponche, com o corpo ao teu lado
mas com a cabeça longe
p’a que conste, até me sinto bem
pego no microfone e trago (o quê?)
comigo o caminho como um génio que morre pisado
pois se um dia tropeçares no teu caminho
(serei eu camuflado) “está tudo bem, a sério, obrigado.”
disfarço as fraquezas com as cicatrizеs mais belas (ah)
bem, preciso dе mais telas, p’ó artista o sangue é tinta
não preciso da tua ajuda, embora minta
ainda bem que vieste, aprecio a tua companhia p’a ser honesto
[refrão]
eu tenho com cada espinho, raiva, drogas, vinho
não preciso que me destruam, eu implodo p’lo caminho
eu tenho com cada espinho
(a minha ânsia de beber e de me perder
sem querer saber se vou morrer sozinho)
eu tenho com cada espinho, raiva, drogas, vinho
não preciso que me destruam, eu implodo p’lo caminho
eu tenho com cada espinho
(a minha ânsia de beber e de me perder
sem querer saber se vou morrer sozinho)

[bridge]
isto é dedicado a todos
que sofrem da mesma maldição, e que merecem a tal lição
é a visão que o meu precipício prende
desde início tento amenizar a queda com um suicídio lento
mas lamento ser fruto podre, não ‘tivesse eu agora bêbado
que nem um merdas que nem reage ou ouve
até virar memória da família e de certos vizinhos
coberto de espinhos, sozinho, até que definhe

[verso 2]
é na minha paranoia onde eu me aninho
não violes o perímetro, nem um centímetro (sou bonzinho)
vem jantar comigo q’eu trato da despesa
acompanha a minha frieza com álcool na mesa (menu)
auto-defesa, com este judo eu não me ajudo, eu sei, princesa
o nosso amor é grande e tem riqueza
mas apenas ajo como um mendigo
romanos tiram férias quando eu mesmo me crucifico
podes desatar ao bico, que eu nem me finjo de morto, amigo
podia aparar os espinhos, mas não vou nisso, parceiro
(sem paixão) até ao caixão, ouriço-cacheiro
de sorriso rafeiro assim, sorrateiro afim
de safar os outros loucos todos, mas nunca primeiro a mim
nas silvas da minha mente, cuidado, sê prudente
não preciso dum acidente quando aviso por antec-p-ção
mas preciso dum sócio que não respeite a minha decisão
de escorpião que se mata com o próprio ferrão
[refrão]
eu tenho com cada espinho, raiva, drogas, vinho
não preciso que me destruam, eu implodo p’lo caminho
eu (tenho com cada espinho)
tenho com cada espinho, raiva, drogas, vinho
não preciso que me destruam, eu implodo p’lo caminho
eu tenho com cada espinho
(a minha ânsia de beber e de me perder
sem querer saber se vou morrer sozinho)

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