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letra de fogueira - skilla benema

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[letra de: “fogueira”]

[skit: viviane mosé]
a maioria das doenças que as pessoas têm
são poemas presos
poderia um dia ter sido poema, mas não

[intro]
eu queria ter guardado algo bom do meu passado
mas aquilo que eu me lembro é pouco ou quase nada
solitário no meu barco não fui um puto mal tratado
mas espancava-me por dentro aos socos e cabeças
raio de vida

[hook]
eu queria ser mais rápido que a minha própria sombra
cortar asas aos pássaros e colar em mim

[verso 1]
mas eu caía sempre, a vida não sorria
e eu nem tinha consciência do esforço que a mãe fazia
era arrogante e estúpido com ela diariamente
eu acho que a culpava de tudo no meu consciente
desculpa mãe
por ter um demónio em mim
desculpa mãe
mas eu só sei ser assim
não me tentes proteger, o teu filho aguenta
corre atrás da felicidade, o choro não alimenta
ver o meu cota dentro tornou-se uma rotina
porque quando um gajo é miúdo o tempo passa devagar
ir à escola tornou-se um desafio
os amigos questionavam enquanto profs fixavam o olhar em mim
o tempo passou tens a família à espera cá fora
eu espero que possa perdoar tudo para seres meu pai agora
mas eu não estava nos teus planos e já nada é como dantes
eu perdi toda a confiança em ti nando
a partir daí eu penso que eu senti
que era teu filho só porque sim, só porque nasci, f-ck
visitas semanais, ás nove na estação
na chegada a caminhada dava-me vista para o dragão
ya, eu só via merda que só hoje tenho noção
jardim da corujeira onde eu curava a depressão
andei nos sítios mais sombrios sem poder contar com os meus
bairro s. joão onde se via tudo menos deus
[refrão]
eu queria ser mais rápido que a minha própria sombra
cortar asas aos pássaros e colar em mim
eu só fui atrás do meu mal, desculpa mãe
por ter um demónio em mim, desculpa mãe
mas eu só sei ser assim

[verso 2]
agora aos trinta engoli aquele amargo que me consumia
para dar espaço a uma lágrima que escorra de alegria
não quero ser uma pessoa rancorosa, má e fria
sei que a dor não se apaga mas a raiva é derretida, mãe
quero que olhes nos meus olhos
e poder ver o orgulho quando o teu filho for pai
talvez aí o demónio que há em mim
desapareça e não volte nunca mais, mãe
eu sei que eu sou refém da minha personalidade
às vezes eu penso que já nasci velho
talvez um dia eu pague por toda a dor que plantei
e toda a gente que enganei já não me leve mais a sério
benema, benema
não metas as mãos à cabeça
toda a merda que passas te já não mais interessa
antes eu vivia sem pensar nas consequências
agora só quero ter paciência para viver sem pressa
eu acho que nunca tive certeza daquilo que eu quero
agora encontrei o meu bem estar dentro do meu t0
olhar sereno e calmo observo o que já passou
e no fundo começo a ver o que o destino me reservou
mas ainda não vejo muito
eu vejo uma criança a aquecer as mãos ao som da fogueira
pés calejados, rosto vincado
olhar perdido nos grãos de areia
enteado desta sina, prisioneiro na minha escrita
não é fácil libertar-me quando um gajo não acredita
aaaaaaah, cabeça maldita, que ódio
eu mereço estar encarcerado, assassinei-me a mim próprio
(não quero ser mais assim)
benema, benema, a tua vida é um poema que alguém foi ler
alguém não viu só em ti uma fogueira a arder
alguém viu em ti o que tu não querias ver
esta raiva que me persegue a cada passo
endurecida na memória de um miúdo que não esquece
este tempo derretido tatuado no meu braço
tive à beira do colapso mas agora quero dar espaço a mais um verso
[refrão]
eu queria ser mais rápido que a minha própria sombra
cortar asas aos pássaros e colar em mim
eu só fui atrás do meu mal, desculpa mãe
eu tinha um demónio em mim, desculpa mãe
eu não vou ser mais assim

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