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letra de ré - sitah faya x spock

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[verso]
(não vás…)
não vás por aí
não vais conseguir!
vais-te magoar
‘tás te a iludir…
eu não perguntei
tinhas que opinar
para te inserires neste meu lugar
tinhas que passar por onde vim
atravessar lá comigo
mas eu não te vi
nem a meio caminho (não vás)
e vou mesmo por aqui
mesmo a colidir
com o teu pensar
com o que há de vir
com o que sentir por aí (não vás)
por aí… (não vás)
por aí… (sim)

e hoje quiseste saber o que é que se passa
gosto muito de café, prefiro em casa
tenho pressa em tudo aquilo que me atrasa
na promеssa de mangas que se arrеgaçam
eu parti tudo aquilo que me envidraça
era só um portal que se embaciava
e trago cortes por baixo da carapaça
para que me notes além da pequena chávena
e já não me sento, basta!
sim eu sei que ‘tou em casa
essa asa que me abraça é que não me amparou na desgraça
e parece ter ficado na pausa
(enquanto um milhão de passas)
vivi um milhão de etapas
enquanto jogas às cartas
sem cartões dou-te cartadas
em metáforas (c)sem jogadas
a conversa dispersa a cabeça
a dormência adormece na mesa
a piada elevada pela condescendência
a diferença não toca na essência
a tendência é devassa a mensagem é falsa
tudo isso é fácil tudo o resto é frágil
imagino o fértil, projéctil do acaso
ultrapasso o vértice do teu compasso
já não sou a mesma
gostavas que sim?
quero que aconteças
mas olhas para mim
“fazias melhor se fizesses assim”
criticas, opinas, palpitas a rir
(onde o meu humor não ‘tá no teu sentido)
imagina:
em rimas, toquei-te no umbigo
ao fitar nos olhos, sem querer segui-los
e já não preciso do falso carinho
palpito e respiro e não me intoxico
podias ter vindo e ser tão comigo
mas o que se uniu agora divide-se
para já descomplico:
não me humilho nem me maravilho
com esse egoísmo de gatilho — não me identifico
tudo isso é só isso
comodismo para falar do bicho
do que era domingo
do que era contigo
hoje é mais bonito do que era passado
do que era contíguo
do que era de mim nesse teu buraco
hoje não consigo estar
no mesmo assunto
porque me atrofio
ao ver-te absoluto
nesse mesmo saco
nesse mesmo sítio
lítio compensado não vais embarcado
neste meu navio que é um belo barco
para me ancorar e puxar pavio até não sobrar
já não me associo a esse teu pensar
ainda assobio
para dizer olá num adeus vazio
para que é que és subtil?
a gozar comigo por ter prosseguido tenho percebido
penso como digo
(este meu castigo… este meu castigo.)
estilo preocupado, muito rebuscado
não olhas focado, dás-me um elogio
estás atrofiado a usar vocábulos
para ver se definho mas estás por um fio
quando te contradigo e eu sinto esse perigo
olho pelo postigo mas ninguém me viu
e já não me obrigo a ouvir avisos
(e lá vens tu)
lá vens tu dizer
tudo o que é difícil
mas eu não me oprimo, volto à superfície
lá vens tu com isso porque não ouviste
nada do que disse neste excerto tão faz o repeat
usa o teu ouvido
para ser ouvinte
só pagas o mesmo
só pagas o mesmo
só pagas o mesmo
só pagas o mesmo!
(vou-te ouvir dizer)
vou-te ouvir dizer tudo o que eu não quero
para te ouvir dizer tudo o que é inverso
se te ouvir dizer tenho que ficar
mas eu vou viver sem poder parar
sem te ouvir dizer com o mesmo valor
sem o mesmo vagar, sem paralisar
sem te ouvir dizer eu vou ser melhor
eu vou prosperar sem te ouvir dizer
seja o que for para me matar ou entristecer
vou seguir a cor e vou avançar
e vou arrancar-me desse teu lugar sem te ouvir dizer
vem me ouvir dizer sem te ouvir dizer
(vem me ouvir dizer)
““vem por aqui” — dizem-me alguns com olhos doces
estendendo-me os braços, e seguros
de que seria bom que eu os ouvisse
quando me dizem: “vem por aqui”!
eu olho-os com olhos lassos
(há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
e cruzo os braços e nunca vou por ali…
a minha glória é esta:
criar desumanidade!
não acompanhar ninguém
— que eu vivo com o mesmo sem-vontade
com que rasguei o ventre a minha mãe(…)”
não vás
“(…) não, não vou por aí!”
não vás

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