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letra de de tempos em tempos - sindicato sonoro

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[verso 1: mundo segundo]
de tempos em tempos com ventos a moda gira
tornando a verdade de hoje amanhã pura mentira
de tempos em tempos essa fé também varia
quando falavas com deus e ele não te respondia
houve um tempo de respeito e de reconhecimento
perseguido pelo o egoísmo e empobrecimento
noutro tempo ser real, era original e único
não contavam vendas nem o muito ou pouco público
era só um puto novo que venerava os mais velhos
os putos de hoje sabem tudo, não querem ouvir conselhos
dou treinos a recrutas, em tempos também fui um
a escrever horas a fio, muitas vezes em jejum
preparado para a longa caminhada, malas às costas
raros serão os que terão direito a propostas
homem das cavernas nestas relações modernas
entre miúdas levianas e jovens outros palermas
influências externas tornam-te flutuante
viver da aparência é bastante desinteressante
quantos ficaram pelo caminho sedimentando este forte
para que a chama continue acesa de sul a norte
de tempos a tempos a família grande diminui
tornei-me dez vezes mais frio do que o homem que já fui
minhas lesões internas, falta de figuras paternas
o limite do tempo é algo que por dentro me possui

[refrão]
quando mudar o vento cairás no esquecimento
pois nesta vida é tudo uma questão de tempo
sem arrependimento, eu crio o meu sustento
pois num dia cinzento chegará o momento

quando mudar o vento cairás no esquecimento
pois nesta vida é tudo uma questão de tempo
sem arrependimento, eu crio o meu sustento
pois num dia cinzento chegará o momento

[verso 2: né]
quando o tempo pergunta ao tempo
quanto tempo o tempo tem
é porque nem sequer o tempo sabe o tempo que aí vem
porque os tempos eram outros, o amor era indescritível
quem o fazia tinha valor, quem o amava grande nível
era cultura única, na rua não havia canudo
era formação mais pura com microfone tinha tudo
veio a moda foi a foda, a tropa dividiu-se em partes
já nem parece uma só arte, parecem partes de outras artes
surgiram os vampiros, sugaram a nossa fonte
só criaram conflitos, agora põem-se a monte
que conte quem viu, ficou, sentiu, nunca fugiu
as mudanças deste hip-hop, amou ficou e resistiu
não suporto ingratos, hipócritas sorridentes
só suporto e abro a porta
a quem nos suporta de unhas e dentes
mentes captas em vez de mestre de cerimonias, vês
isto não é para qualquer um, é para guerreiros mc’s

[refrão]
quando mudar o vento cairás no esquecimento
pois nesta vida é tudo uma questão de tempo
sem arrependimento, eu crio o meu sustento
pois num dia cinzento chegará o momento

quando mudar o vento cairás no esquecimento
pois nesta vida é tudo uma questão de tempo
sem arrependimento, eu crio o meu sustento
pois num dia cinzento chegará o momento

[verso 3: berna]
só ficou o saber empírico ao saírem os artifícios
passaram séculos, sabemos menos que os egípcios
vivemos a produzir para um chefe que nunca vimos
no zoo domesticados, enjaulados como felinos
comemos do que nos dão sem opção ou critério
enquanto a razão do universo continua um mistério
ciências geram vírus e antídotos lucrativos
a riqueza sobe ao ritmo da taxa de suicídios
heróis surgem no ecrã como deuses na antiga grécia
mitos, feitos longínquos ocupam a nossa inércia
somos feitos de quê? fomos feitos por quem?
a duvida será eterna como a utópica jerusalém
de tempos a tempos unimo-nos fingimos sermos iguais
mas a diferença era a riqueza na altura dos ancestrais
o motivo muda mas a guerra impera em qualquer época
os valores manter-se-ão por muito que passe a década

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