letra de a estrada e o violeiro - rubinho do vale
sou violeiro caminhando só, por uma estrada caminhando só
sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só
parece um cordão sem ponta, pelo chão desenrolado
rasgando tudo que encontra, a terra de lado a lado
estrada de sul a norte, eu que p-sso, penso e peço
notícias de toda sorte, de dias que eu não alcanço
de noites que eu desconheço, de amor, de vida ou de morte
eu que já corri o mundo cavalgando a terra nua
tenho o peito mais profundo e a visão maior que a sua
muita coisa tenho visto nos lugares onde eu p-sso
mas cantando agora insisto neste aviso que ora faço
não existe um só comp-sso pra contar o que eu -ssisto
trago comigo uma viola só, para dizer uma palavra só
para cantar o meu caminho só, porque sozinho vou à pé e pó
guarde sempre na lembrança que esta estrada não é sua
sua vista pouco alcança, mas a terra continua
segue em frente violeiro, que eu lhe dou a garantia
de que alguém p-ssou primeiro na procura da alegria
pois quem anda noite e dia sempre encontra um companheiro
minha estrada, meu caminho, me responda de repente
se eu aqui não vou sozinho, quem vai lá na minha frente?
tanta gente, tão ligeiro, que eu até perdi a conta
mas lhe afirmo, violeiro, fora a dor que a dor não conta
fora a morte quando encontra, vai na frente um povo inteiro
sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só
se meu destino é ter um rumo só
choro em meu pranto é pau, é pedra, é pó
se esse rumo -ssim foi feito, sem aprumo e sem destino
saio fora desse leito, desafio e desafino
mudo a sorte do meu canto, mudo o norte dessa estrada
em meu povo não há santo, não há força e não há forte
não há morte, não há nada que me faça sofrer tanto
vai violeiro, me leva pra outro lugar
que eu também quero um dia poder levar
toda gente que virá caminhando
procurando a certeza de encontrar
se esse rumo -ssim foi feito, sem aprumo e sem destino
saio fora desse leito, desafio e desafino
mudo a sorte do meu canto, mudo o norte dessa estrada
em meu povo não há santo, não há força e não há forte
não há morte, não há nada que me faça sofrer tanto
vai violeiro, me leva pra outro lugar
que eu também quero um dia poder levar
toda gente que virá caminhando
procurando a certeza de encontrar
se esse rumo -ssim foi feito, sem aprumo e sem destino
saio fora desse leito, desafio e desafino
mudo a sorte do meu canto, mudo o norte dessa estrada
em meu povo não há santo, não há força e não há forte
não há morte, não há nada que me faça sofrer tanto
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