letra de balada das mãos ausentes - ricardo ribeiro
este poema, quisera que fosse grito
para lá do infinito, além do tempo
que o próprio vento o lev-sse em seu rumor
como mensagem de amor, este poema;
que minha voz fosse a voz da própria terra
ecoando de serra em serra gritos de paz
gestos de pão sagrados são, gestos de amor
por cada um nasce uma flor em cada mão
semi-deuses conquistam a lua
outros planetas, todo o universo
e na terra, tu criança nua
que triste vegestas sem pão e sem berço
e ás mãos que trocaram arados
por gestos sagrados de redes e remos
por gestos de morte, blasfemo
gritarei no meu fado… o herói está errado
quisera ser a força do mar revolto
neste grito que ora solto em alta voz
e que esse canto fosse a voz de todos vós
o pranto do vosso pranto, qusira ser;
para dizer; mão sublimes, mãos ausentes
na distância das s-m-ntes, voltem á terra
ela vos quer de novo no seio sagrado
pois há lamentos de prado na voz da terra
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