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letra de ponte de babel - riça

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[letra de “ponte de babel”]

[intro]
no fundo da ribeira há um corpo morto, uma ruína
tombada pelas cheias e por feias ventanias
talvez seja melhor assim
se não dá, não dá
se ao menos pudesse voltar atrás
tudo faria p’ra conservar a casa
e ter de volta essa harmonia
mas talvez seja melhor assim

[refrão]
trago cacos no meu bolso
que me lembram do quão
fracassado foi o esforço
numa ponte sem chão
caudal bravo, engole escombros
ai, é uma maldição!
e quando eu juro quebrá-la
vejo a ponte no chão

[verso]
ainda não tínhamos vindo ao mundo quando eles se viram
cada um na sua margem
não sei se foi paixão à primeira vista, a ribeira diz
que foi só necessidade em assentar, aceitar
vida é mais fácil a par
chega de deitar tarde, agora é vergar, poupar
fez-se a ponte à pressa com metal no anelar:
um arco de volta perfeita sem pedra angular
dois indivíduos vindos de sítios semelhantes
ya, vinham de pontes vacilantes
desejavam tanto quebrar essa maldição
mas a ponte entre eles não era a mesma para ambos
as águas rebentaram em abril
e eu abri os olhos
fui o primeiro a gatinhar no tabuleiro
após quatro voltas ao sol o vazio ganha voz:
um mano com quem aprendi a dizer “nós”
entretidos co’a inocência nos dedos
mal sabíamos que a ausência do medo não dura para sempre
vozes de parentes vindas das encostas alimentam
vozes rancorosas dentro de quatro paredes
a sério? agora à mesa é sempre a mesma sobremesa?
uma discussão azeda, a merda dum braço de ferro
enferrujado p’la saliva saída dos berros?
“eu já ‘tou farto de te ver por perto, caralho!”
maldita ponte de babel
o que era mel, tornou-se fel
fazemos de conta que somos surdos
mas insultos são tão brutos e gratuitos
que nos arrancam a pele
e puxam-nos a todos rumo ao lodo da ribeira
um lar outrora calmo agora é cacos e poeira
um par que se amava agora aparta-se em trincheiras
e nós sem saber nadar nas águas traiçoeiras
vida vira um vaivém entre as areias
à espera de voltar a ouvi-los com as vozes meigas
[refrão]
trago cacos no meu bolso
que me lembram do quão
fracassado foi o esforço
numa ponte sem chão
caudal bravo, engole escombros
ai, é uma maldição!
e quando eu juro quebrá-la
vejo a ponte no chão

[outro]
caudal bravo engole escombros
ai, é uma maldição!
fracassado foi o esforço
numa ponte sem chão
e quando eu juro quebrá-la
vejo a ponte no chão
caudal bravo engole escombros
ai, é uma maldição

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