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letra de a menina dos oito olhos - riça

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[letra de “a menina dos oito olhos” ft. maçã]

[intro]
(é filha do meu filho, é do meu sangue)

[verso 1]
yeah, no início a vida foi-lhes mui madrasta
cantaram às pedras para erguer a casa
sob o jugo da besta de santa comba (dão)
esgravataram para alimentar as bocas, e não eram poucas
(e não eram poucas) sopas de cavalo cansado de jejum
p’a quem o trabalho era a multa pelo pecado
de se nascer sem um centavo, a bruxa deitou cartas
deu alento às magras caras:
“as vossas crianças não vão ter mãos calejadas
mantenham por perto no vosso teto, esta pobre aranha
mantenham por perto no vosso teto, esta pobre aranha”

[refrão]
deixa as tеias em paz (deixa as teias, as tеias, as teias)
quero a algibeira cheia (bem cheia, bem cheia, bem cheia, bem)
p’ra poder ter paz
deixa as teias em paz (deixa as teias, as teias, as teias)
quero a algibeira cheia p’ra poder ter paz
(bem cheia, bem cheia, bem cheia, bem)
[verso 2]
ela já morava lá ao tempo quando eu era apenas um chavalo
foi crescendo pouco a pouco
sem ninguém s’aperceber do cabedal do animal
para eles a criatura era sagrada, era amuleto
dádiva de deus, dava-lhes o alimento
mas ninguém sequer sabia qual era o seu alimento
ela sabia todas as fendas da casa e das cabeças por igual
cada cruz, cada prece
cada furo que houvesse na camisa velha e no avental
e é aí que aranha tece um venda p’ró casal e com ela
desova-lhes nos olhos a inveja
na manhã dos egos não teriam na memória
o que o demónio fizera na véspera
o bicho deu-lhes uma empresa e eles nisto
subiram logo p’ró pedestal
vida à grande e à francesa, só capricho
por fim já ninguém vivia mal
as manias burguesas entupiram os ouvidos
e teias lá no lar já tinham mais limites
naquele labirinto uma família de sete
era o prato favorito da praga cravada ao teto
da casa outrora modesta nada resta
agora nesta casa colossal
mau agoiro sai da sesta
sob os pés da cara cama de casal
veio o álcool e amantes, amigos de ocasião
esfrega de oito patas incitava a discussão
queijo e faca estavam na mão da razão
mas na mão do marido estava um cinto sem perdão
o tempo foi agrisalhando cada filho
e foram-se afastando cada um p’ró seu quintal
irmão de sangue em cabidela a matarem-se por milho
não querem rabanadas, só falam de heranças no natal
e eis que a vida faz-lhes a vontade tal e qual
lá na filigrana a aranha antevê o final:
a mulher que os trouxe ao mundo numa cama de hospital
entrevada, ainda respirava
e eles já lhe tinham preparado o funeral
veio o padre a pedido do marido dar a extrema-unção
já as carpideiras ensopavam-lhe o caixão
e quando dava o último suspiro ela viu ali
os oito olhos culpados por tudo estar assim
murmura um lamento em vez do testamento
e a guerra na família nunca mais vê o seu fim
[refrão]
deixa as teias em paz (deixa as teias, as teias, as teias)
quero a algibeira cheia (bem cheia, bem cheia, bem cheia, bem)
p’ra poder ter paz
deixa as teias em paz (deixa as teias, as teias, as teias)
quero a algibeira cheia p’ra poder ter paz
(bem cheia, bem cheia, bem cheia, bem)

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