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letra de faz-te homem - rephrase vng

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quantas vezes fugi ao fatídico dum progenitor
adn passivo, vi me submissivo, fingi me indolor
traumas e maus karmas tenho, retenho lições em inércia
fiz me crer fraca peça, fazer me homem é peripécia
é preciso perícia e força, queres mais do que eu passei?
reprimo o filme de uma infância que eu vivenciei
será por dor, será pudor de ter esse falso feliz?
vincado nas minhas malhas, o passado não me diz
nada, daqui p’ra frente é tudo o que mantenho
não quero habitar o reino do meu fraco desempenho
remessa sem selo, não vim dizê-lo eu vim sê-lo
o apelo é ser como ele é mas o fado eu não quis vivê-lo
destinado ao enfado, ao lamento e ser cismado
que a culpa é dum universo e do que ele podia ter dado
mas o afeto é um prato onde nem todos comem
e há uma voz ao fundo que me diz “faz te homem”

faz-te homem… (2x)

primeira memória aos 4 num quarto onde mais tarde vi
que a vida finda mas por agora não vou por aí
escadas desço na dos meus avós eu fiz um galo
ao fechar os olhos na bicla, vi que ia ser tombo e falho
caminho introverso em versos onde eu exponho a mágoa
relato falhas como um medo incessante de água
11 dias confinado, com um findado sopro
só com a mãe do meu lado, num descanso torto
um par de visitas dum progenitor neglecto
mas faz te homem às vezes somem e o impacto é mais direto
sente te sortudo p’lo parto, se eu surto é ingrato
mas é preciso mais do que isso para ser pai de facto
se eu vi um pai de fato, foi quando ele partiu cedo
o parentesco dizia avô mas não distingo e o sossego
duma casa vazia não queria sentir de todo
dizem que homens não choram mas podia encher um poço
faz-te homem… (2x)

hipalage dum cigarro pensativo
vida eça uma peça que em prosas cativo
cicatrizo dor em parte de mim há quem sente os outros
no ir e vir de amar vi nascer mares revoltos
antes sem louros que findar calvo de paixão
pálido no caixão, estirado como praça feito chão
soldado de feição, assemelho ao meu avô
orgulho que não dou, lívido pincel que o caiou
caiu força sobe a forca, cordel apertado
nem bom neto, bom filho, bom fim sem apartado
a sete palmos de mim sem que eu te pressinta
em copos fecho me sem ter uma espada à cinta
embora diga não e minta numa quinta feira negra
é grande a depressão de não te ter aqui à mesa
ter a memória presa e o nome dela é saudade
viverei na certeza de trajar maturidade

fiz-me homem!

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