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letra de outro plano - ponto 30

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[refrão: ld]
represento o futuro dos meus manos
sozinhos sabemos onde fomos
juntos reescrevendo em outro plano
loucos famintos sem interpretar, somos
muito além da sua correria, mano
muito além de tudo que cê viu
surto bem em pouca distância, tô contando as gramas
refazendo os votos pro menor largar o fuzil
não pense que temos medo, ya, an
na solidão nosso cofre, brindo a nós essa estrofe
que pra nós tudo seja
jamais pense que temos medo, ya
na solidão nosso cofre, brindo a nós essa estrofe
que pra nós tudo seja

[verso 1: rocha]
as voltas que o mundo dá, sempre vindo me encontrar
eu ri pra ela tipo coringa na hora de matar
dei volta por cima, alma caveirão me blinda
confiante pelas minhas rimas e fui somar, ha ha ha
hadouken de poesia pra zerar
nessa nova lei da vida pra não morrer é só matar
nova moda é traficar, vende aos afins de lucrar
hoje vou rumo a fronteira com umas demo pra entregar
mas eu não sou da dc heroes pra salvar o planeta
muito menos nicolas cage pra prever as tretas
até que os manos me chamaram pra brindar
mas eu falei que só ia brindar quando estourar a maleta
e tava faltando bem pouco pra eu botar a cara
minha cabeça tipo o neutron exalando ideia
sei que é na raça e no sufoco e a vida não para
to segurando tipo césar cielo na apinéia

[ponte: l7nnon]
então me diz quem não quer dinheiro? (quem?)
quem não quer ter um alto salário? (quero mermo)
acontece que esse é o mal do século
infelizmente é um mal necessário

[verso 2: l7nnon]
e é o que destrói família e amizade de anos
não mudei meu caminho eu concretizei planos
corri tanto nessa esteira que quando pisei no chão
senti que o mundo parou e eu tava andando
sabendo bem pra onde eu ia
vi alguns vendendo almoço pra ter janta
quantos desses hoje ainda sustentam família
isso que é ter visão, correr sem destino não adianta e
“os humilhados serão exaltados”
foi o que eu ouvi um dia desses
eu não vou me humilhar pra ser notado
muito menos me aproximar por interesse
aqui não p-ssa nada eu to na segurança
é c.s.i. miami, né loja americana
então trata de pagar o preço, quer comprar fiado?
vem na próxima semana
então me diz quanto vale
ou será mesmo que vale?
eu vou mudando vidas, cuspindo verdades
eles querem que eu pare
quanto mais caro melhor, e eu
quero o mundo todo na minha palma
ousadia de jimmy tocando guitarra
e eu tocando terror e tocando tua alma

[verso 3: a-fee]
navegando em mar em fúria de barco a vela
no gueto, nos becos, vielas, favela
coração cheio de sonhos, ambições e planos
sou da paz, mais nunca fugi da guerra
atraído por um mundo de ilusão
crimes cinematográficos real nada de ficção
dando a vida pela vida dos irmãos
24 por 48 de pé no plantão
minha mãe em casa ajoelhada fazendo uma oração
pedindo a deus pra me guardar e nem dormia de tanta preocupação
e eu nem ligava só vivia pancadão
maldita cocaína me atraia tipo puta de calcinha na esquina
mas caiu a venda e eu voltei a enxergar
e o rap foi a luz no fim do túnel que começou a brilhar
troquei a peça pelos livros, foi minha oportunidade
de parar de vender drogas e p-ssar quilos de arte
rap underground, rap de mensagem, rap sem m-ssagem
força, fé e foco pra fazer virar
sou prova viva que o rap pode salvar
cheguei pra eternizar
a-fee, ponto 30

[refrão: ld]
represento o futuro dos meus manos
sozinhos sabemos onde fomos
juntos reescrevendo em outro plano
loucos famintos sem interpretar, somos
muito além da sua correria, mano
muito além de tudo que cê viu
surto bem em pouca distância, tô contando as gramas
refazendo os votos pro menor largar o fuzil
não pense que temos medo, ya, an
na solidão nosso cofre, brindo a nós essa estrofe
que pra nós tudo seja
jamais pense que temos medo, ya
na solidão nosso cofre, brindo a nós essa estrofe
que pra nós tudo seja

[verso 4: to-in]
por favor me salva um copo d’água, tia
ainda tem um cimento pra eu levar
suar muito é ritual dos meio-dia
minha vida poderia ta portando umas dola e no peito ak
contestado e subjugado por valores baixos
presente e p-ssado, do baixo pro alto
meu lugar me achou, não sosseguei o facho
sou chato, descartei o desistir do prato, meu sorriso amargo
trouxe uns 30 tons de preto pra mostrar que “cê” é fraco
sou livre, piso em cacos descalço
e “vou tomar isso de -ssalto” é o caralho
esfregar conquista em faces de otários de fato
terror dos terroristas, ponto 30 é o aço !
nunca peguei no pó, eu to descendo ao contrário
água-viva me inspira em retrato
eu me colei, tava quebrado
sou um ser humano descondensado
aprenda que eu me canso, porém nunca me exausto

[verso 5: fatburg]
vende almoço e compra janta
pra no futuro eu ta de jaguar
ponto 30 em havana mais 10 som pra gravar
mais de 100 quilos de planta
mais de mil shows pra cantar
mais 10 mil na minha conta
provei do veneno e sobrevivi
podia ta falando apenas coisas eu que eu ouvi
mas prefiro botar em prática tudo que eu vivi
pau no seu cu eu nunca nasci pra enrustir é
muito menos pra vacilar
eu deixo isso para eles
sério só eu que não posso
não quero transformar meus sonhos em destroços
só quero transformar minha música em negócios
só pelo fato de eu sustentar o próximo
deixar renda pro meu filho e pro filho do meu filho
sustentar seus filhos
e jamais ver o filho deles p-ssando perrengue
e não morrer no frio, e não morrer no frio

[verso 6: pedro ratão]
o demônio fugiu do limbo, sete linhas comigo
sete capa, sete encruzilhadas de prece, amigo
mulambo-maria, caveira, exu-avô
tranca rua, marabô, cerveja de trigo
maloca de tropa, atrofiando o troco
st santa das drogas, ainda é dia e o céu tá roxo
entrego meu destino na fé que o b.o. vai
acabar sem netflix pra aturar comédia
menorzin’ com baseado nos dedos
sangue bom superando os medos
baseado em tanto veneno
os fieis eu mal conto nos dedos
te contar um segredo, ponto 30 é o amuleto
sacrificando o meu melhor
em busca de algo melhor
pelo meu filho dando meu melhor
por ele coleciono respeito
minha tinta é feita de sangue e suor

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