letra de quando um homem quiser - paulo de carvalho
tu que dormes a noite na calçada de relento
numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
tu que tens o natal da solidão, do sofrimento
és meu irmão amigo
és meu irmão
e tu que dormes só no pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitros de lume
e sofres o natal da solidão sem um queixume
és meu irmão amigo
és meu irmão
natal é em dezembro
mas em maio pode ser
natal é em setembro
é quando um homem quiser
natal é quando nasce uma vida a amanhecer
natal é sempre o fruto que há no ventre da mulher
tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e combóios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão amigo
és meu irmão
e tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão amigo
és meu irmão
natal é em dezembro
mas em maio pode ser
natal é em setembro
é quando um homem quiser
natal é quando nasce uma vida a amanhecer
natal é sempre o fruto que há no ventre da mulher
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