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letra de desperta. - papillon

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[letra de “desperta.”]

[refrão]
quero voltar p’rá a ilha, não quero voltar p’raí
sei que tu queres companhia
se fosse eu, não contaria com isso
deixa-me ‘tar na minha, na minha miséria
deixa-me ‘tar na minha, na minha miséria
deixa-me ‘tar na minha, na minha miséria
deixa-me ‘tar na minha
(não sei se estou em baixo porque esta vida não presta
ou se a vida não presta porque eu estou em baixo)
[verso 1]
como é que me levanto da cama se hoje ‘tou sem chão?
os meus olhos pesam tanto e os neurónios bocejam
tenho vontade de voltar ao ventre e ser um pequeno feijão
e quanto mais penso, mais as feridas não fecham
ontem sonhei que ‘tava na minha melhor versão
despertei e a minha alma ainda não fez a conversão
a minha cabeça quer comprar uma briga com o coração
tu sabes que é o cliente que fica sempre com a razão
a vida deu limões e eu não sei fazer limonada
a cena ficou preta e eu não sei fazer caviar
quando dei por mim, já ‘tava entre a parede e a espada
hoje eu só quero é ser capaz de escapar desta cavidade, oh
(oh-oh) hoje eu sou frio pois eu sofri (oh-oh)
sinto o vazio, mas ainda assim (oh-oh)
prefiro ‘tar aqui sozinho que ‘tar ao pé de ti

[refrão]
quero voltar p’rá ilha, não quero voltar p’raí
sei que tu queres companhia
se fosse eu, não contaria com isso
deixa-me ‘tar na minha, na minha miséria
deixa-me ‘tar na minha, na minha miséria
deixa-me ‘tar na minha, na minha miséria
deixa-me ‘tar na minha
(não sei se estou em baixo porque esta vida não presta
ou se a vida não presta porque eu ‘tou em—, porque eu ‘tou em—)
[verso 2]
porque é que sinto o peso do planeta nos meus ombros?
porque não dou desprezo e não quero saber como os outros?
às vezes me pergunto se esses conflitos do mundo
são só um reflexo da luta entre a minha alma e o meu corpo
costumava vaguear, por aí, com os meus fones no ouvido
sons em modo repetido, só a fingir que não existo
o pior é que ia conseguindo
meio-morto, meio-vivo, sem propósito ou motivo
até ouvir aquele beat, aquele snare, aquele kick
aquele flow, aquele ritmo, aquele amor com palavras
de repente fez-se o cl!ck, era (a música)
a minha tábua de salvação para eu deixar de ‘tar à deriva
e a cada repetição, ia mudando de perspetiva
como é que um estranho sabe tanto sobre a puta da minha vida?
(música) aquela merda salvou-me a vida
agora sei que não ‘tou sozinho, e tenho anjos a olhar por mim
eles podem nem ‘tar aqui, mas eles andam sempre comigo
e dão-me a força, dão coragem, confiança no meu instinto
dão-me a inspiração para expressar tudo aquilo o que eu sinto
hoje eu faço parte da música e ela é parte do que eu sou
a cura para a minha loucura antes de qualquer comprimido
hoje sei que tudo passa e aquele tempo já passou
sei que aqueles sentimentos já não preciso suprimir
eles fizeram-me abrir os olhos e encontrar o tesouro
o talento que eu tinha escondido dentro mim
eu não ‘tava em baixo por ter acordado do meu sonho
‘tava em baixo porque o mundo ainda estava a dormir
[bridge]
(champ, wake up, wake up
wake up, wake up champ
don’t sleep now, you gotta go home
you gotta go home, champ)
quando o mundo despertar, vai deixar de ser preciso
ser preciso alguém morrer para ver o paraíso
quando o mundo despertar, tu vais ver que não é preciso
não é preciso morrer para ver o paraíso
não é preciso morrer para ver o paraíso
não é preciso morrer para ver o paraíso
para ver o paraíso, para ver o paraíso
para ver o paraíso, para ver o para—

[outro: slow j, fumaxa & ]
rapazes, ‘tou a ir p’ó estúdio, querem surgir?
eu ‘tou a chegar agora ao estúdio
vou ficar tipo até as seis, até cinco e meia, seis, mas
mas ya, acho que o jonhny também ‘tá a gravar, ya
por isso ya, vou lá agora

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