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letra de rapsicopatia - nocivo shomon

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[letra de “rapsicopatia” por nocivo sh0m-n e alim]

[alim: verso 1]
juntando os cacos pra sair de casa
peço ao pai mais uma vez afaste o que me atrasa
eu sei o meu lugar, e sei de onde eu vim
sei o que procurar e o que não é pra mim

me chame de hamas, no mic terrorista
alim faz atentado de bomba liricista
tento me concentrar em ser mais uma otimista
mas sou vida real e não tenho dom pra artista

nado contra a maré que o mundo consome
atrás do seu celular acha que é o super home’
se quiser me entender, atravesse a cidade
vídeo fumê na suv, ignora a realidade

mais que caridade, quero de verdade mudança de condição
falta de estrutura, faltando cultura, respeito e educação
discurso de paz, mas só causam mais divisão
tempos mudaram, bocas calaram, mas os interesses não

moda da lacração, seu rap não me engana
paga de vitimismo, nunca ajudou uma mana
por hype ou grana, disposta pra tudo
apelou pro corpo não tem conteúdo

na era do trap prefiro os boombap
sou hip-hop rua, deslizo nos bumbo e os clap
os calça larga, camisa exg e cap
que os boy paga pau e as mina se derrete

j.o. à sp, da penha ao avt
cohab, parque à cdd, rap eu vou desenvolver
governo safado, rouba do estado e deixa a favela a mercê
rap é voz do excluído, julga de bandido não tenta entender

enquanto o armamento não para, x9 é cano na cara
milícia pega sua cota enquanto o 12 dispara
de bolsa da zara não conhece a real da favela
vai pra academia, malha todo dia pra fica mais bela

não sou grazi, nem isa, minhas raízes são belas
na rima sou poetisa desde as rimas acapella
e os pela, que só notou minha aparência
vou te mostrar o que é rap de essência

quantos que irão pagar pela falsa liberdade?
festa do carnaval celebrando a vaidade
livres pra escolher viver na futilidade
nem percebe quem tá sendo escravo de verdade

[alim: refrão]
um corpo perfeito e uma mente vazia, vestida pra mata’
o que vai ter pra oferecer no dia que a beleza acaba’?
dinheiro, status é como poeira: o vento vai levar
beleza nessa vida é passageira eu vim pra enterniza’

[nocivo sh0m-n: verso 2]
é o brabo no beat! dinamite som de combate
rimando enquanto a massa cega segue pro abate
sigo versando tio, versátil sem versace
é só linha de ouro, sente o flow 18 quilate’

cheque mate, mente mágica na métrica
contra o sistema que leva o povo pra cadeira elétrica
levada tétrica, ataca o senado sem ética
letra que traz ótica, que se foda a estética!

loucura poética, rapsicopatia
com o mic eu pago conta, mas não pago simpatia
recusei tua grana pra cantar o que não sentia
pá zóio de tandera que brota é sem anistia

incomodando as tia, rap nacional
dedo sujo, skatista, maloca original
estado terminal, letal, no hospital falta leito
você duvida de deus mas bota fé no eleito

foda-se o prefeito e o presidente
mudaram o candidato, não mudou nada pra gente
alaga tudo na enchente, se liga maluco que o custo de vida tá caro
e vários se atacando por lula e bolsonaro

dissparo! verso raro, rima resistência
na terra onde herói morre sem previdência
estado em decadência, vejo roubo em evidência
teu rap tá no topo e a favela na penitência

pesadelo dos pop, só hype sem vivência
tira a mão do lean e bota na consciência
entre cópia e referência, tendência sem novidade
cê faz fama e faz dinheiro mas não rap de verdade

fugindo do raso, escrevendo verso profundo
quanto mais o tempo passa, meu rap tá mais imundo
coisa de vagabundo, som de maloqueiro
nos falante do barraco é só pedrada o dia inteiro

levando arte pra rua, espírito graffiteiro
batalha de mc raíz, sou freestyleiro
terror da moda incomoda, eu vim brocar
cada palavra um tiro, é só rajada de hk

[nocivo sh0m-n: saída 2x]
ma-lo-ca!
rap pesado fazendo a casa cair
a mente expandir
e a quebrada cantar

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