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letra de ilustre desconhecido - mundo segundo

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[intro: excerto do poema “às vezes”, de alberto caeiro]
(…) em dias de luz perfeita e exata
em que as coisas têm toda a realidade que podem ter
pergunto a mim próprio devagar
por que sequer atribuo eu
beleza às coisas

[verso 1: mundo segundo]
cada vez que caio eu juro que recomeço
na vida não há ensaio o guião não foi impresso
inimigos rezam pelo insucesso final
já vestem de preto a anunciar o meu funeral
meu real anjo da guarda, tem o escudo colossal
é ele que me abriga e protege de todo o mal
abutres que pairam nas encostas do vale
a sonhar com uma carcaça sem um ponto vital
que deus me proteja dos olhares da inveja
dos falsos profetas à porta da igreja
eles querem a cabeça numa bandeja
como aquele que fareja o que sobeja
tanta sanguessuga, tanto verme
agarrado à minha epiderme
eu jamais serei paquiderme
se eu for que o doutor me interne
eu também quero uma casa no meio do campo
ter saúde e algum dinheiro no banco
com coragem, não andar a chorar pelo canto
e de olho aberto, o inimigo surge pelo flanco
tenho amor e respeito, esse é para quem tem
pois sem eles, no fundo, não serás ninguém
passei toda uma vida a semear o bem
é a lei do retorno, tudo vai e vem (3x)
[excertos do poema “num meio-dia de fim de primavera”, de alberto caeiro]
a criança eterna acompanha-me sempre (…) rindo
e gozando o nosso segredo comum
que é o de saber por toda a parte
que não há mistério no mundo
e que tudo vale a pena

[verso 2: mundo segundo]
nada nesta vida pode ser garantido
no caminho muita coisa vai perdendo sentido
e eu vejo no espelho o meu maior inimigo
eles não sabem quem eu sou
sou um il-stre desconhecido (x5)

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