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letra de confidente - mk (prt)

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[verso 1]
eu venho d’um bairro onde a lança é crescer sem herança
os putos movem umas miras só pa’ encher a pança
tu vez a dança que alcança só p’ra manter a poupança
umas quantas quengas na praça tão a dar a matança
e quando em casa não dá ruas tornam-se asilos
segundas vias ouvias no meio dos crocodilos
apanha o pill no montijo mas atenção aos esquilos
alugo o motel na estrada só pa binar uns quilos
e quando o assunto é builds eu faço memo à tupac
eu ‘tou na luta do povo quando o futuro opaco
a descer estrada lixada no meio da noite rusgada
vez a passat rebaixada tá a passar tabaco

comecei numa cantina só memo’ a dar freestyle
uma batida mantida p’rai ai noventa e tal
e memo’ com guita investida, safoda eu faço igual
aqui a tinta respira porque é traçada a cal
‘teu suco e sal é sucursal só c-n-l d’invenções
a ensiná-lo abul-simbel a assinar distinções
aqueles que não tinham água tão a receber comissões
rap sujo como a guita não tem justificações
putos crescem numa peste tão cuspir no convés
e andam a lavar o cash mas abriram cafés
quando a dispensa tá vazia o mano pensa com dez
e dá-me graça os que falam, mas não metem os pés
ainda é cedo mas com sede ‘tamos a chegar ao brunch
arrancar sempre mais cedo só pa’ esconder o lanche
dá o connect lá no soce e diz que temos a la’manche
o bot leva tanta neve parece que vai da avalanche
pego na kush é uma crush tá a chamar pó abílio
no táxi não se manca nada pombos ao domicílio (cruuuuu)
franco sírio eu concilio a passar na ibérica
meto kapas na mão do zuca e ele faz disto uma américa
não é o tekken que eu proponho o eddy fez-lhe rasteiras
pa’ quem não seguiu o sonho e encerrou as chuteiras
mas hoje está bem com maneiras e sebem sem bandeiras
comprou um casaco e uma casa agora vende rameiras

queres um acerto no teu cerco mas oh dread mi massa
nunca viste gente da rua mas oh dread qui passa?
guarda chega desfardada só pa’ dar uma passa
os dreads não tem cavalos mas têm fardos em casa
calmo na brasa tropa toma carne sem farsa
passa-te a graça comparsa deixa à beretta com traça
faixa preta na faixa queque causa hematomas
dou rap quente incandescente como a ponteira dos hondas
porcos seguem as ondas é dormitório na praia
apaga as luzes temos boost buéda fumo da kaya
4 tropas p’ra uma dama enquanto bate a papaia
o damo passa com uma passa e diz “que se foda a soraia!”

no meu spot eu sou gente eu sou da confidente
desde puto na madrug a arranjar expediente
natividade na rotina atividade é urgente
o puto aprende numa esquina a crescer de repente
descarga do pente caneta boy é karka de 100
quando a mesa não tem pressa o mano agarra o que tem
uma encomenda numa tenda pa’ entregar no cacém
desmonta a marca j-ponesa por cada peça faz 100
não tem descanso nem na bike alguém vendeu a morada
uma cilada cutilada numa vida amputada
é uma cartada bem datada pa’ tu dares a patada
e quando não se passa nada o mocho dá-te a banhada

fecha a mala manda a bala só a fazer turnê
djibrill cissé no piquê desenha como ev
desde puto faço rap com uma tec queres o quê
as rimas batem na cabeça com o martelo é op
não estás à vontê boy t’ou a meter a álcool nas feridas
arranja um pt rói só pa’ treinar as corridas
aferidas são rendidas tirou mal as medidas
e ganha turbo na gazzela e nem sequer tem adidas
jantes estão legalizadas o que tu queres é paleio
nem azinhaga nem gonzaga o que tu és eu chulei-o
mas esse bolo tem recheio e dá pa’ ver pelo cheiro
como é que a escola bate pala e farda o ivo xexeiro

artémide no beat a dar te kick na trip
a pena é bago no tipo até espumar como a pitt
o beat chega pó mito emito combo com hit
que eu parto a bic sou big tou tipo billy the kid
sacar-te flip massivo aqui o assíduo não papa
aqui o rapper atira-se susana maiolo ao papa
‘tou a jogar como o kaka isso nem se compara
tós marradas são barradas e nem sequer são a sara

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