letra de oração sem sujeito - metamito
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há um medo
do desapego
um turbulento
desassossego
se eu fosse a voz
(p’ra lá de ti)
que quero ouvir
(e falasse assim)
se eu fosse a foz
(ou o criador)
e a causa do rio
(que o faz fluir)
eu
que respiro mesmo se não tiver vontade
como poderia ter tamanha responsabilidade?
a dúvida eterna
a carne, que é cega
sendo frágil, vê também
que a miragem sofre ao renascer
a dúvida eterna
(dúvida eterna)
a carne, que é cega
(a carne sou eu)
sendo frágil, vê também
(e a hora chegou)
que a miragem sofre ao renascer
(p’ra deixar de ser)
(eu vi dentro da tua cabeça
estou aqui
há de haver o haver
de existir
que seja sem se confundir
e que aja só por agir
sendo plano
cada momento
sem precisar de definir
comemora só o seu sujeito)
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