letra de requiem para pier paolo pasolini - mário viegas
eu pouco sei de ti mas este crime
torna a morte ainda mais insuportável
era novembro, devia fazer frio, mas tu
já nem o ar sentias, o próprio s-xo
que sempre fora fonte agora apunhalado
um poeta, mesmo solar como tu, na terra
é pouca coisa; uma navalha, o rumor
de abril podem matá-lo – amanhece
os primeiros autocarros já passaram
as fábricas abrem os portões. os jornais
anunciam greves, repressão, dois mortos na primeira
página, o sangue apodrece ou brilhará
ao sol, se o sol vier, no meio das ervas
o assassino esse seguirá dia após dia
a insultar o amargo coração da vida
no tribunal insinuará que respondera apenas
a uma agressão (moral) com outra agressão
como se alguém ignorasse, excepto claro
os meritíssimos juízes, que as putas desta espécie
confundem moral com o próprio cu
o roubo chega e sobra excelentíssimos senhores
como móbil de um crime que os fascistas
e não só os de saló, não se importariam de assinar
seja qual for a razão. e muitas há
que o capital a igreja e a polícia
de mãos dadas estão sempre pr-ntos a justificar
pier paolo pasolini está morto
a farsa a nojenta farsa essa continua
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