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letra de capítulo 8: fuga - marabu (br)

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por que é proibido pisar na grama?

eu pisava em um chão de terra
não tinha america, não tinha atlântico
não que fosse romântico, mas ainda me lembro do sabor dos rios
não havia bancários, nações, proprietários, juros, crediários, horários,nem metralhadoras
mas já embarcavam os homens em navios

eu ouvi mitos sobre piratas e histórias sobre terroristas
dos que tomam o leme, matam capitães, mano eu queria saber onde habitam
vivo nessa colônia que não é de férias, não sigo as regras, só vivo nas brechas
me esquivo de loucos, esgotos e pipocos de fuzis

truta, eu precisava muito ouvir o som da sua voz
a família sente sua falta, é mó veneno
eu me lembro de tu na quebrada, de nave sem ter que pagar sofrimento
e dos corre pra levar sua mãe de volta pra casa e descansar

eu não posso parar pra chorar, que o mundo atropela e não vem socorrer
nesse tempo eu só corri, tinha disposição mas não tinha destino

fui correr quando era menino
voltei quando ouvi meu pai chamar
vi coisas que ele ainda não tinha visto, hoje é outro dia, eu vou me jogar

liberdade plena é não ter dono, e eu sei como, a fita é quente
sei onde tá o cofre e o gerente, e sei o caminho daqui até um bom lugar
viver pobre não dá, eu também quero pá
fuder, marolar, descansar e comer
levar os meus filhos nuns pico que eu só posso ver pelo meu celular

adrenalina a milhão nas veia
to ciente que a vida é loka
já é tarde demais pra olhar pra trás
seja o toque ou morra, o toque ou morra
eu quero os pano, o dinheiro, o acesso, os jantares, os prédios, a saúde, o lazer, os relógios, as fazendas e o poder

e quando o sol nascer
vou pisar na grama
colocar os meus pés na grama
quando o sol nascer, vou voltar pra casa
e botar os meus pés na grama
truta tu não se engana
quando o sol nascer vou volta pra casa e botar os meus pés na grama

por que é proibido pisar na grama?

eu queria sair dessa porra
mas a vida me deu o dever
universo não faz coisa à toa
só mesmo vivendo pra saber
minha mãe me perdoa
eu volto, quando a noite passar
não é sobre ter medo da morte
é sobre não saber quando vem

olha bem, vê se é possível, se é provável
um fugitivo querer desfrutar
faz parte da rota os bico no rastro

esses atalho são tudo manjado, outros ainda te levam pro fim
pode deixar, meu caminho eu traço
lá na quebrada quem é faz assim

várias mansão pela giovanni gronchi
moleque chave trampando de rappi
se é medo, desejo ou cupom de desconto
várias patrícia se abre

sua condição só você é que sabe
cachorro e pm percebe seu medo
não conheci o finado sabotage
mas quem merece valor e respeito

eu sei
que maravilha…
fartura de vida e carnaval em maresias
só peixes e onças em um mar sem onda
chapando na vista ouvindo marília mendonça
mas até lá
o caminho é longo, vou caminhar
quer me ver cair, tenta derrubar
sou capão redondo, espírito imortal
você já sabe onde me encontrar

por que é proibido pisar…

vai ver, meu bloco é tristeza e pé no chão
vai ver, o grave batendo tá me avisando
vai ver, o choro no rosto de um bom malandro
vai ver, o tempo é mais que o passar dos anos

escuta aquilo que a língua não fala, o silêncio te diz
numa noite de poucas palavras, cabe quantos final infeliz
eu só tenho a mim mesmo e mais nada, sem direito a segunda chance
a vida não vai dar revanche
minha história não dá um romance

vou varar as madrugada tudo até o sol nascer
certas decisões na vida não permitem volta
nessa altura não posso me arrepender
na infância eu me lembro esse ontem já foi agora

nem tudo que brilha é sol, nem toda cegueira é breu
a lua brilhando longe, é noite de apogeu
a alvorada vai demorar pra chegar
malandro corre, só para ao amanhecer

por que é proibido pisar na grama?

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