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letra de estações - makalister

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[verso 1: makalister]
passam estações por esse trilho
vagões cheios e vazios chegam e partem à todo o tempo
levam saudades, ressentimentos na bagagem
umas mãos enxugam lágrimas e as outras acenam
válvula de escape dos meus sonhos
como nuvens soltas que se escondem do enxofre
lugares industriais
beiras de rios
estradas velhas, manguezais, covis
qualquer lugar de abandono com pinheiros e salgueiros
é um cenário perfeito pra esquecer que estou vivendo/morrendo
as horas passam e dou graças à isso
os ventos movem os moinhos que esmagam martírios
todas as coisas mudam com o passar do tempo
e eu não sei por que insisto em dizer que sou o mesmo
estações

[verso 2: matéria prima]
vagando por vagões de divagação
devagar, estação por estação passa por mim
túneis e clarões, grandes vegetações
poucas habitações até chegar ao fim da jornada
nada no jornal
então leio lembranças do meu diário mental
vejo humanos amenos e demônios entre os neurônios
onde a memória mora por muitos anos
o vapor vai por nuvens no céu
de passagem pela paisagem que tira o véu e revela horizontes de mim mesmo que pinto nessa tela
o suor e água que dilui a aquarela
árvore genealógica nas eras geológicas do meu dna
enquanto via a ferrovia me levar até chegar no expresso de aço que treme as estações
[verso 3: matéria prima]
são poucas épocas que põe a gente de frente pro que passou invernos e outonos tem tons intensos
folhas secas e sua cor me lembram o que sobrou de momentos que foram imensos
sigo imerso em outros climas que a terra clã
ela agora reclama enferma em uma cama
o primor da primavera e verão não serão iguais
assim como os carnavais já não são
ficar são, vai ser tipo uma unção
qual vai ser a nova versão de diversão?
o universo vivendo uma inversão
e me dizem que o caso é pura invenção
não existe mais conversa
só conversão de valores em moeda
enquanto assistimos nossa existência em plena queda livre pelas estações

[verso 4: makalister]
estações me atravessam como facas e adagas
alterando o curso d’água pelas fibras de minh’alma
permeio essa cama de vida só com o sumo dos meus sonhos
que escorre pelos poros de um corpo em abandono
não durmo como um anjo
pairo tal demônios que observam seus cachorros em confronto
do leste para o oeste do meu cômodo
o espelho me recusa
cansado de me devolver angústias
seria minha arte o sentido da minha vida?
me pego a pensar desperdiçando algumas linhas
todas as coisas mudam e desvanecem, exceto os poemas, cicatrizes
toda vez que morre o brilho de uma estrela, outra nasce em minha palma
toda vez que olho pro céu um dejavu me faz pensar nas estações

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