letra de interior - luiz marenco
parece que nem faz tempo, pois aperta o peito
(aqui no meu interior, onde esta dor não calma)
que foi embora num gateado, rumando a estrada
deixando, pra trás meu rancho, de morada e alma.
as sombras do interior são bem mais copadas
são mansas e abrigam almas de velhos amigos
que a gente num destino incerto de se encontrar
se perde, procurando sombras, pra um novo abrigo.
as casas, cedo ainda largam fumaças brancas
saudosas, por verem os seus partirem -ssim
que eu, sem saber da vida e perseguindo ela
deixei nesse interior, um pouco mais de mim…
os mates, tinham mais gosto de erva e poejo
colhidos beirando a sangua de águas rasas
onde deixei meus sonhos n´outra enchente partirem
como se vai um filho “das casas”.
eu tenho pela memória, que ainda não falha
meu tempo de ser guri e uma despedida
de cedo inventar saudades, que não conhecia,
que hoje me fazem entender o que era vida.
faz tempo amansei meus sonhos nesta cidade
aqueles que viveram livres, bem iguais aos potros
que lembro e me aperta o peito, junto ao coraçao
onde um interior, tá com saudade de outro.
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