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letra de do banzo ao orun - lucas d'ogum

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[refrão: d’ogum & vibox]
na encruzilhada dessa vida eu me encontrei
sinto falta da minha terra, coroa de rei
sinto falta do mar, da água doce de lá
colhendo lírio com a mais bela, bela iabá
na encruzilhada dessa vida eu te encontrei
vejo na palma da sua mão, as linhas que tracei
cê sente falta de lá, se vier vai ficar
amor é o teto, diz vovó cambinda

[verso 01: d’ogum]
saudade bate, é banzo
é, por isso me fiz canto!
pra vê, se junto a você, se ecoa até lá
naquele lugar, onde o peito não conhece
mas nunca que se esquece e sempre quer ta lá, áfrica!
se esquentar é se aquietar dentro da tua água doce, nunca fosse só frieza
dentro dela eu mergulhei e encontrei minha riqueza, ah!
que nem é só pureza, firmeza?!
enviado pela lua, guiado nessas rua, salve-salve tranca rua
a verdade é nua e crua, num é minha e nem sua
alma voz que soa, num é atoa que ecoa:
sente saudade, então busca: a raiz da sua coroa!
por um triz, nessa busca, quase o barco cai
nessa de sentir raiz, não saber pra onde vai, sai
lágrima de mim, sinto um magma em mim
costurei-me de retalhos, nesse chão que é averso a meu pé
num adversa meu axé e na falta de referência imaginamos como é

[refrão: d’ogum & vibox]
na encruzilhada dessa vida eu me encontrei
sinto falta da minha terra, coroa de rei
sinto falta do mar, da água doce de lá
colhendo lírio com a mais bela, bela iabá
na encruzilhada dessa vida eu te encontrei
vejo na palma da sua mão, as linhas que tracei
cê sente falta de lá, se vier vai ficar
amor é o teto, diz vovó cambinda

[ponte: d’ogum & vibox]
abraço de santo pra quebrada é
domingo de sol no sorriso, zé
quando te vi, enfim, contemplado
foi so risada, foi só risada
[refrão: d’ogum & vibox]
na encruzilhada dessa vida eu me encontrei
sinto falta da minha terra, coroa de rei
sinto falta do mar, da água doce de lá
colhendo lírio com a mais bela, bela iabá
na encruzilhada dessa vida eu te encontrei
vejo na palma da sua mão, as linhas que tracei
cê sente falta de lá, se vier vai ficar
amor é o teto, diz vovó cambinda

[poesia: vic oliveira]
nossos corpos são becos e vielas estreitos
cada curva carrega uma mandinga inteira de sentimentos
conexões ancestrais fazem marcas na pele
vivências são marcadas em alma
afeto mora no peito inteiro
a música transcende o ser
eleva o toque que ta contido em histórias, corações
baobá é esquecer, mas também lembrar
de cada fardo carregado, cada herença roubada
e -ssim como a árvore, nosso corpo tem raízes duplas
que nos finca aqui em baixo
mas também nos transm-ta
nos leva a outro plano
entre a terra e o céu nos encontramos
polos de energia nos materializa
pra ter força
força afro afronta dois pé no peito
não é atoa que somos pretos
nossa pele se camufla com a noite
em cada poró mora uma constelação de estrelas
magias
feitiços de ligação
nossa p-ssagem na terra marca a travessia
cada p-sso fertiliza o banzo
erguer a mão pro alto purifica
energia nos guia
quem nos guia é nossos guias
caminhada até orun
orun não tá só no céu
tá no corpo dos nossos
no corpo de cada um

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