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letra de corte - ícaro sdr x fred

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(yeah)
mano eu tenho vinte anos
vim de cantos escuros
sinto danos brutos
no meu ser

de ruas que não conheces
nem nunca vais conhecer
na lua tibado aos ss
até ver o sol nascer
(até o sol me ver nascer)

botas que não calçaste
os reais ficaram
tu bazaste

vi cair os puros
vi enquanto pude
fui largando os estudos
só até me perceber
que ando a estudar no
estúdio
formas de me entender
com versos infindáveis
e conversas com o diabo
olhar o caminho à frentе
c’os meus boys de lado
por mais que conquistе
ainda me sinto derrotado
devo ‘tar a delirar

erro crasso
passo o tempo
sempre basso
sem falhar no compasso
coração num empasse
perdi a tua mão no
nosso quase

quase quê?
quase deu
tás confusa?
também eu
tás confusa?

refrão
nevoeiro na tua passagem
mas é o diabo que te pinta na minha head
pioneiro na tua mensagem
mas contigo na minha vida eu tava dead

duas s-m-ntes
banhadas pela luz
da lua
crescente
criadas sem lei por
ruas dementes
estas palavras são tuas
entendes?
cruas e puras por vezes
são puro placebo
duas s-m-ntes
a germinar no mesmo espaço
partilhar o mesmo vaso
a desenhar com o mesmo traço
a dar ao mesmo tempo
o mesmo passo

ligados um ao outro por um cabo d’aço
dobrado em forma de laço
a tensão entre nós
garante que nunca fica lasso
faço fumo e som
som e fumo
ya eu sonho
mas não durmo
madrugo e ponho
horas extra no meu turno
e invisto tudo
tenho o dom
de fazer som com sumo
a minha turma é tipo smart
‘tá com bom consumo
(eu tou louco assumo)
compus a lead e ainda
escrevi a letra
a tuga não tá pr-nta p’ro que eu tenho na gaveta
metade deles nem escreve
eu namoro uma sebenta
dar-me um baile c’a caneta?
vem tenta
nao ‘tás a cuspir fresh
o teu tabaco tem menta

não confundas histórias
com lendas
memórias partidas espalhadas
por temas
não espero que entendas
rap não são vendas
entenda-se que de rap
não espero que entendas

faz pouco barulho
e não ofendas
não te expresses
um homem nunca chora
por mais que sejam os stresses

se tenho tino?
querida buéda pouco
vim dar p’ra poeta louco
a traduzir silêncios
mesmo à mia couto
passo a vida rouco
de engolir palavras
às rajadas num sufoco
é uma questão de sangue
ter as costas do meu gang
movimento organizado
cada move ponderado
a frio
noites a fio
a jazz e cigarro
rap capaz e com caparro
psicotizo

vejo a diferença entre a história
e a forma como eu a narro
sinto a minha perceção
a moldar me como barro
os teus olhos são galáxias
por onde nado
são a unica coisa que me faz sentir condenado
e que há ordem atrás do caos
e algures um cais
que me quer ver atracado

refrão
nevoeiro na tua passagem
mas é o diabo que te pinta na minha head
pioneiro na tua mensagem
mas contigo na minha vida eu tava dead

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