letra de a terra distante - gerson borges
quando eu cheguei nessa terra,
era tudo tão novo,
havia tanta alegria,
simpatia no povo.
não se p-ssava um dia
sem agito bacana,
era só farra e gandaia
cada fim-de-semana.
quando eu cheguei nessa terra,
fiz afetos e laços,
em cada rosto, um sorriso,
em cada festa, um abraço.
e o meu p-ssado diria:
apague da lembrança.
vivendo -ssim, de euforia,
aumentava a distância.
e -ssim fui metendo a cara
em tudo que era parada,
o chefe da brincadeira,
dono da madrugada.
sem nenhum medo de nada,
eu tinha tanto amigo,
nunca olhava pra baixo,
a vida era meu umbigo.
mas o dinheiro da gente
é mesmo um saco sem fundo:
de um herdeiro a b-st-rdo,
eu me vi moribundo.
quando a miséria me veio,
percebi num instante:
prazer – a grande armadilha
dessa terra distante.
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