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letra de afé okan - george nascimento

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se liga na meta de visão sincera
meu funk empodera por via sonora
na hora que o grave estoura, desperta
batuque de preto no som que incorpora

vou quebrando tudo
vou fervendo o baile
queimando racista
gritando no mic
escravo liberto no pique do beat
imbicando de paris até moçambique

repique não para se identifique
sem identidade, a gente resiste
na dificuldade nós é sem limite

peça exclusiva favor não imite essa grife
corte do jaca, lacoste e uns drink
na lapa freqüência 220
p-ssando esse jogo pra fase seguinte
hackiando a rádio roubando os ouvintes

meu coração na fé sempre avança
me diz que a cultura é meu corpo na dança
na essência que é africana carnal
meu funk é um culto
presente ancestral

nunca perca teu dom de cair de pé
pois teu povo fez outra canção de fé
meu funk no rap é repente
arrebenta corrente
cê sabe quem é

meu coração nunca cansa
de ter esperança de um dia ser tudo o que quer
meu coração bate forte
comp-sso de acordes, transborda minha fé

na vida a avenida é um palco
onde canto alto o poder que emana do black
rabisca da melhor forma

[vai!] quebra moleque

“essa é a história de um moleque entre o corte da espada e o perfume da rosa”

direto da senzala pra se pa
escrever um poema
de 474 pra pia de ipanema
dei perdido de r3
to voltando do esquema
novamente acusado de tá fora do sistema
essa porra me condena ser poeta margina

esse moleque é problema
e já coretou geral
do busão pro calçadão
chinelo, sem um real
uns pretin ouvindo funk nesse clima tropical

quando chega a polícia dou perdido pra centra
supervia é calote “me libera na moral”
imbicando pra norte nesse corre ilegal
dominando esquinas
rasgando no grau

racista na pista aponta revista
me perdeu de vista já acelerei
mandando p-ssinho de balão na colômbia gastando essa onda postura de rei

ei, dessa eu me livrei por pouco também
eu tive cego até depois do parto
tipo me deram a luz eu vivo no escuro
meu coração tava dando infarto

cego po poder
pa poder portar 762
tipo 77
lá de 38, 457
tipo 2 horas no plantão de h-rnet

“é o ciclo vicioso moleque”

porém
afé okan: a fé de coração
querer de coração
e eu quero o mundo onde já fomos donos
reverter o ciclo vicioso

largar o ferro
pra poder largar o aço rimando
no topo do morro trap, traçante, traçando
não trace outro verso da história do drama negro de 500 anos
poesia negra cruza fronteiras
negreira cruzou oceanos
divida histórica tá sendo cobrada [juros]
nesse jogo nós nunca lucramos

meu antep-ssados vieram de mão vazia pra esse continente
essa cultura não veio na bagagem, eu carrego no peito essa gente

meu coração que traz parte da dança
da arte
alcança batimento e herança
eu sou filho do ouro um dia roubado eu sou a vingaça
eu sou transplantado
teu coração é o mesmo que pulsa
com pulso pro alto que nunca se cala
e exala na fala
grita o som da senzala

esquenta o asfalto de periferia
resiste na rua e convoca o povo
meu time é brabo invadindo a área, libertadores
tamo virando o jogo

é do som do tambor
que se ouve a cada esquina
do sol do calor, do funk, da melanina
do sangue de rei, africana, latina
afé okan, cai na dança da sina

minha nação iorubá
no batuque minha guia há fé de orum
de nago minha dança oyá com oxalá
minha ginga capoeira, olodum

ilê aye, brasileiro, a cor de uruc-m
também fiz aliança
sou de fevereiro
guerreiro africano ogum
sou ponta de lança

tentaram me rebaixar mas o moleque
é chato, nunca duvide
deixaram a gente sonhar, pega essa meta
então segue o líder

minha história não é só no insta
quem me segue tá compartilhando
tu não é cria favor não insista
tu é só um pela saco falando
quero ver ser racista na pista
essa pista hoje tá te cobrando
tamo vend oque vive de mídia
essa mídia só tá vacilando

uns menó meio leblon
lá no snapchat, 157 só no gta, fake gangsta
os cara querendo ser black
tipo 77, hype rockstar

fogo nos racistas
to na adrenalina
to incendiando, traz a gasolina
portando pistante, pisando nas porta
só pedindo a conta eles não suportam

me vingo nas folhas, falsa liberdade
a coisa tá preta, nós tá de verdade

uns trocando like pra trocar de nike
uns trocando bala pra trocar de vida
rap é compromisso não fique omisso não to submisso cultura respira
não é por aparelho, vou p-ssar conselho para uns corações vou servir de espelho vou fazer barulho, estremecer o bagulho
chave é nosso orgulho

essa linha é pra entrar na mente, reverter valores
te fazer consciente, quanto que valem nossas baixas o ouro a prata
veja você quem morre veja você quem mata
22 anos contrariando a estatística do século 21
tem que botar a cara a tapa minha revolta vem da minha área
falo de coração ancestral
to -ssinando a nossa nova lei áurea

ao lado norte do mapa cultura, resistência
a meta é ressignificar teus padrões
heresia do gueto
pra que eles me olhem e falem
“tinha que ser preto”

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