letra de não pode mais - gaúcho da fronteira
vaneira
às vezes me esqueço que o doutor me proibiu
de farrear com o chinaredo e de tomar bebida quente
eu só me lembro do remédio faixa preta
quando eu caio na valeta e fico com as pernas dormente.
diz que não posso muito tempo pegar sol
em campo de futebol sobe a pressão fico mal –
me proibiu boteco e danceteria
e de dançar com as gurias nos bailes de carnaval.
(é coisa braba quando o tempo vem chegando
as coisas boas da vida vão se afastando
lá no pagode diz que esse velho não pode
que fico forçando as vistas e que meu coração explode
e no forró fico tonto de dar dó
faz mal pros pulmão do velho, pois fico comendo pó
a cachacinha esse sim é meu tormento
lembro dos bailes em livramento nos meus tempos de rapaz
tres, quatro chinas por noitada era bem pouco
e hoje o velho fica louco por que já não pode mais.)
perdi as contas do remédios que tomei
e quantas vezes patrício fui picado de injeção
é chá pro rim, chá de marcela pro fígado
dali seis horas um castigo, remédio pro coração.
eu tô tenteando pra minha velha dormir cedo
me escapar pro chinaredo e beber trago e reviria
dançar pelado, do bolo fazer torresmo
quero provar pra mim mesmo que ainda faço o que fazia.
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