letra de poucos segundos - fluxo-floema
na noite da paz uma luz cessou
soou no longe um sino em silêncio
em mim tudo se conduz, som, luz e sereno
sai do breu, ligeiro, um rastro extenso de vento
escuridão intenso conforto que estou
fui seguindo esse nada pra dentro do centro
e agora o que me restou foi o nada que sou aqui dentro, e por fora tudo é tanto
e é tão grandioso sentir-se pequeno
e é tão pequeno esse momento que a gente chama de vida
o tempo é uma queda
deito em teu peito e me afundo em silêncio
me deixo cair, propenso ao que mais temo
nessa fração de momento, refletir no olhar
te puxar prum canto vazio, variar das ideias
e realizar a sua grandeza com um gesto tão pouco
diluir minha lágrima no oceano do teu rosto quando te abraço forte até você virar eu, eu virar você, tudo nos conformes desse afeto
me entrego de mão beijada ao seu corpo, me caibo uniforme e morro por poucos segundos
e é tão grandioso sentir-se pequeno
e é tão pequeno esse momento que a gente chama de vida
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