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letra de chega de bang bang - facção central

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[verso 1]
sobreviver onde a violência explora
mortes nos bairros, aqui, a toda hora
cotidiano violento no extremo é normal
segunda, no rádio, é madrugada policial
seja de norte à sul, zona leste e oeste
o vírus criminalidade espalha igual a uma peste
mexendo com a mente, plantando no coração
o sentimento de revolta e indignação
o tal do sequestro relâmpago, é homicídio, é assalto
é polícia na favela dando tiro pro alto
pânico, desespero, grande tumulto
uma senhora infartou, uma família de luto
sonho de consumo que joga a causa
é o desemprego, que a juventude
com sangue nos zóio anda sentando o dedo
irmão matando irmão, e a violência não para
tem pé de pato na fita, dando rolê de opala
tiroteio constante em plena luz do dia
o faroeste americano, na periferia
tipo cowboy, xerife, mocinho, se liga
uma bala perdida pode pôr fim em sua vida
[refrão]
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe

[verso 2]
a ambição põe em pé de guerra os traficantes da quebrada
quem pode matar na mesma bocada e tomar da rapaziada?
armado é muita treta, lá na biqueira, arma em punho
matraca e escopeta, rifles, fuzis, pistola mira laser
polícia na bota vêm de ipanema, veraneio e blazer
cê se envolver, cê está enrolado igual um novelo de lã
fique esperto, ligeiro, nunca se sabe o amanhã
hoje, aqui você faz, ontem, ali você fez
amanhã ou depois será a bola da vez
viaturas, tiros, sirenes ligadas
gritaria, correria, caçando tagada
vestígio de sangue na direção da favela
tem um corpo caído de bruço, na viela
vários buracos de bala cravadas no indivíduo
era noia, safado que já estava perdido
ficou fodido, não vai gostar nem um pouco
está sujeito à quiaca, tomar uma pá de pipoco
não sou louco, maluco, mas sei qualé que é?
realidade periférica é assim que é
[refrão]
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe

[verso 3]
crocodilagem não é traquinagem de crocodilo
só pouco, crocodilo é parente de jacaré
se liga na gíria, fica esperto na rima
trocou na calada, de quebrada, esquina
noite, neblina, maldade predomina
perícia, sangue nos olhos, entre no clima
defina a grana, tem um na campana
sinistro, pr-nto para o bote
oitão entupido, sérvio da morte
pipoco, fuga, sou testemunha ocular
caiu com a cara na vala, não teve tempo pra nada
não mastigou nenhuma bala, na foto ficou feio
relato, comenta os boatos, tô na bola de meio
a covardia, um receio, camaradagem eu não creio
eu vejo, eu chego à conclusão
aliado forte no crime, e a pistola e o oitão
nunca dê ponto pra ladrão, senão não os cara cobra
aqui é periferia, cobra engolindo cobra
tô ligeiro, maluco, deus me ilumine neste mundo
eu já vi quem é quem
em nome do pai, do filho, do espírito santo, amém
[refrão]
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe
chega de bang bang, tiros, lá vai mais sangue
cachorro vira lata chega e lambe

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