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letra de a voz do povo - equilíbrio

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[letra em português]

[poema]
com rigor, há dois mundos, neste mundo
de um lado quem trabalha, produz tudo
e que pensa, que cria, que transforma
doutro, quem nada faz e tudo goza
são os dois lados de que é feita a vida
o bairro da lata e a avenida
a negra miséria e a vida faus..

o bairro da lata e a avenida

[refrão: joão pinheiro]
a voz do povo
tem mais d’um céu
cabeça erguida
não te sintas o réu

a voz do povo
tem mais d’um céu
com a voz unida
pelo que é teu

[verso 1: joão pinheiro]
do bairro à avenida nem toda a gente tem saída
uma vida prometida barrada logo à partida
perdida na cor da pele que foi no genes transmitida
reduzida no teu género, oportunidade perdida

nem todo, o berço é de ouro, com vida garantida
a cada degrau que pisas é mais difícil a subida
retida na educação, direitos iguais? linha entupida
caminho à servidão de quem p-sseia na avenida

folha caída, espremida pelo sapato que brilha
igualdade esquecida, és unidade de medida!
comprimida p’ra que a tua voz nunca seja ouvida
dúvida da dívida que é desde logo impingida

erguida para que dívida o bairro da avenida
aumenta a ferida, desta cl-sse oprimida
mensagem aguerrida sempre que sinta unida
porque a voz do povo jamais será vencida!

[refrão: joão pinheiro]
a voz do povo
tem mais d’um céu
cabeça erguida
não te sintas o réu

a voz do povo
tem mais d’um céu
com a voz unida
pelo que é teu

[verso 2: equilíbrio]
sente a manifestação através do som
cria ação
na voz a base da tua criação
escuta irmão
a cada dia aumenta a minha preocupação
ver que isto não avança fico farto da situação

para mim não é solução ficar deitado no chão
a nossa missão é dar voz pela multidão
ouve então
sonhos a serem apagados pela escuridão
dá-me a mão
vibra com a vibração da pulsação acelerada no teu coração

com convicção
com o povo todo unido e -ssim que se contrói uma nação
uns fazem tanto e outros tão pouco, voltamos a escravidão
uns em berço de ouro e outros matam se pelo ganha pão

está tudo a nossa frente basta prestares atenção
não fiques indiferente isso gasta-te o coração
está-me na educação
marcho contigo p’ra revolução
já disse que p’ra mim não
para mim não, não

[refrão: joão pinheiro]
a voz do povo
tem mais d’um céu
cabeça erguida
não te sintas o réu

a voz do povo
tem mais d’um céu
com a voz unida
pelo que é teu

[verso 3: david]
sou voz do povo proclamo libertação
fome de vida -ssino sou cidadão
sou zeca afonso, camões, diogo cão
chama que inflama o fogo da revolução

pára e reflecte na rotina que te consome
bulir das 9 às 5 para ter carro e telefone
és peão de tabuleiro, vais vivendo por dinheiro
p’ra investir na morte e poupar nos receios

é tudo fruta do sistema, tu segue para ser grande
engole a matéria e vomita no exame
temos sonhos a mais ou verdades a menos
agimos como animais sem nos apercebermos

ingratos mortais, cobardes não vemos
formatados a querer aquilo que não temos
sou voz do povo, proclamo libertação
defino o rumo -ssino a minha direcção

[scratch: dj slice]

- equilibrio

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