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letra de ponto de partida - deau

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[verso 1 – deau]
dizem-me que faltam instantes para que o show comece
o rosto finge ansiedade e nervosismo sem sucesso
alguém na audiência comprou o último ingresso
não sou hipócrita e confesso
que esse é o motivo princ-p-l de todo o processo
-ssombra-me o medo de não corresponder com a expectativa
só quem está no meu lugar sabe o que isso significa
sinto flasbacks de toda a minha vida
ecos de episódios épicos p-ssam-me em retrospetiva
gritam o meu nome
aproxima-se o momento de subir lá em cima
e a performance determina a duração da minha estadia
era a vida que eu queria
hoje sou dependente dela
para garantir o teto que me abriga e o sustento na panela
não é altura para pensamentos do tipo
é incrível como a consciência invade o indivíduo
só não quero ser arguido
quando a miséria for sentença
como consequência
da minha falta de juízo
julguem-me os que quiserem
critiquem, atirem pedras
juro que as que acertem
eu construo um paraíso com elas
eu empunho o ceptro
e -ssumo o repto
de te tornar adepto
do projeto inserto no meu léxico
e perante o prést-to modesto
que eu conservo e estimo
e para qual o préstimo a que eu me presto
é honesto e digno
limito-me a c-mprir o estabelecido:
ser transparente quando cante o que escreva
para que me percebas e entres no meu íntimo
vejas as velas que eu soprei;
nem todas belas
mas superei as mazelas quando as supurei
e se saboreio os frutos do que plantei
suporei que saberei o caminho caso me perca a meio do p-sseio
eu sei o que no seio
anseio um dia ver mais tarde
não apressei o destino
aprecio o que me tinha reservado
porque é preciso saber de cor
as causas do frac-sso
para desenhar o triunfo
com a cor da realidade em cada traço

[refrão – keso]
eu oiço, eu oiço…
a voz desses monstros
mas hoje, mas hoje…
eu tenho de semear sonhos

[verso 2 – deau]
tenho um compromisso com o público
do mais velho ao mais pupilo
que pulsa na plateia como se tivesse comigo no púlpito
e quanto ao pulha que pilha
o que eu expulso da traqueia
palpita, deturpa, mina-me à mínima hipótese que tenha
não me contamina;
confira quem queira:
há tanta pepita na mina que, se não fica oculta, -ss-ssina
a firma inteira
sente como aplaude a plateia
e impele para que se quebre a barreira
que nos impede de ser uma plêiade
e -ssim vencer a expectativa
e como pigmalião dar vida à galateia
que a minha imaginação lapida
o privilégio de um artista
não é o reconhecimento que a obra gera
mas ser a único a vê-la antes de expô-la numa tela;
esse é o peso que me ditou a sina:
inspirar a criar as “cidades invisíveis”
que nem calvino imagina;
porque mais importante
do que alcançar o que se aspira
é fazer com que quem nos admira também o consiga

[refrão – keso]
eu oiço, eu oiço…
a voz desses monstros
mas hoje, mas hoje…
eu tenho de semear sonhos

[verso 3 – deau]
a mim, esses monstros também me perseguem
e, sim, inquietam-me as consequências
a que estes caminhos levem
no fim
todos sentimos o mesmo:
o medo de que aquilo em que acreditamos seja um erro
mas enquanto tiver força, tenho esperança
portanto, com licença;
a existência é a igualdade que temos para fazermos a diferença
podem-me deixar de rastos
moldar a minha essência
mas nunca roubar o oásis
que tenho dentro da cabeça
fazer desses putos os homens de amanhã
e ser fonte de luz para essas miúdas, como o nascer da manhã
e nas rondas noturnas
impedir que as sombras lhes toquem
os contornos das curvas como
um dos quadros de rembrandt
mesmo que seja vã
a concretização do meu intento
verdade não serve de alimento à boca do tempo
é isso que dá alento à minha ideia
de fazer o meu ‘v’ de vitória
brilhar junto do teu como c-ssiopeia

[refrão – keso]
eu oiço, eu oiço…
a voz desses monstros
mas hoje, mas hoje…
eu tenho de semear sonhos

[outro – deau]
a existência é a igualdade que temos para fazermos a diferença
podem-me deixar de rastos
moldar a minha essência
mas nunca roubar o oásis
que tenho dentro da cabeça
o privilégio de um artista
não é o reconhecimento que a obra gera
mas ser a único a vê-la antes de expô-la numa tela
julguem-me os que quiserem
critiquem, atirem pedras
juro que as que acertem
eu construo um paraíso com elas

eu tenho uma teoria:
enquanto o pobre sonha
a gente rica concretiza
mas não há maior miséria
do que não ter sonhos na vida
por isso, eu vejo cada meta
como um ponto de partida;
acredita

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