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letra de eu ainda acredito - dabliueme

letra de “eu ainda acredito” com dabliueme

[verso 1]
“quanto vale um abraço apertado da sua neguinha?” o maluco me diz
a galera debaixo do palco, cantando a letra do som que eu fiz
os cara me tromba na rua, a noite mó lua, fumaça no ar
aquele almoço firmeza, família na mesa, risada, risada, risada
a vida é foda, ainda mais foda pra quem vive aqui
covarde se entrega, guerreiro rasteja, mas nunca pode fugir
que nem marigh-lla, lamarca, guevara, jesus em palmares, zumbi
não espere a escada de um filho da puta, você é capaz pra poder subir
já fui zoado: “esse gordo barbado nem sabe rimar”
quem fala só fala, quem faz é quem corre e um dia vai conquistar
de cara cheguei, na vila armazém, nem asfalto tinha no chão
sufoco p-ssei, mas não desandei, caí, levantei e encontrei solução
do fundo do poço você só pode olhar pra cima
no meio de um monte de fita errada o mano aqui se agarra na rima
tu mora em barraco no meio de favela e nasceu pra ser vencedor
por favor, -ss-ssine o ódio e dê uma chance pra um pouco de amor

[refrão]
eu ainda acredito num mundo de paz
sem essa de crime, ostentação e tudo mais
queria ver sempre a flor vencendo o canhão
e o sol nascer cada dia mais lindo aqui no morrão
ainda acredito num mundo de paz
sem essa de crime, ostentação e tudo mais
queria ver sempre a flor vencendo o canhão
e o sol nascer cada dia mais lindo aqui no morrão

[verso 2]
eu ainda acredito naquele abraço, menina, mudando você
acredito naquela frasinha antiga que juntos podemos vencer
tu queres poder, poder é fazer o mundo girar e um sorriso fluir
humildade é mais do que ouro, a prata, o nike, o relógio que vale 10 mil
do que valeu ter um importado e tua mansão
se agora tá duro, gelado, uma vela acesa, velório, caixão?
quanto vale mulheres, dinheiro, poder, ganância, extrato bancário
se quando sentado no vaso, a merda sai toda do mesmo buraco
irmão, não aprendi a me render, sem luta não há vitória
não aprendi a ver o mérito sem trajetória
tem que suar, lutar, jogar, na vida fazer uma história
quem nasce em berço de ouro, certeza, amigo, não usa a memória
chega de tapa na cara daquele fardado que banca o herói
de ser a piada na sala de aula, daquelas patrícias, de vários playboys
de ser o coitado, o abandonado, levanta essa cara, ladrão
a verdade se agarra na luta e o resto do molho é tudo ilusão, então

[refrão]
ainda acredito num mundo de paz
sem essa de crime, ostentação e tudo mais
queria ver sempre a flor vencendo o canhão
e o sol nascer cada dia mais lindo aqui no morrão
ainda acredito num mundo de paz
sem essa de crime, ostentação e tudo mais
queria ver sempre a flor vencendo o canhão
e o sol nascer cada dia mais lindo aqui no morrão

[saída]
o real valor, amor não paga com cartão
não dá pra parcelar, mas aceitamos gratidão
somos cromossomos, somos espelhos das nações
todos iguais e alguns com menos distrações

- dabliueme

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