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letra de efermidad - colónia calúnia

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[verso 1]
cheira à morte
e a tudo o que a desinfecta
cheira à morte
e a tudo o que a desinfecta
cheira a corpos de carvão
colididos com o planeta
cheira a corpos de carvão
colididos com o planeta
após recta em alcatrão
cheira a gritos sofridos
de um pateta
cheira a gritos sofridos
de um pateta
seduzido ao comprimido
na dormência dos sentidos
cheira a fauna e cheira a amor
cheira a fauna e cheira a amor
em doses controladas
por uma sonda sem sabor
cheira a pasta incolor
cheira a pasta incolor
cheira a tudo o que lembra dor
cheira a tudo o que lembra dor
cheira à mágoa de palavras
que foram ditas no calor
de um momento impulsivo
sem valor, sem valor
cheira aos fios e
cheira a sangue num catéter
cheira a sangue num catéter
gente forte enclausurada pelo éter
que os infecta
cheira a vidas chacinadas por genética
cheira a vidas chacinadas por genética
cheira ao longo calvário
de medicamentos grossos
para quem já nem mastiga
para quem já nem mastiga
ao cuidado mercenário
da enfermeira sem pachorra
que vai prolongando a vida
cheira a mim com treze anos
cheira a mim com treze anos
sem olhar ninguém nos olhos
como se a desgraça peg-sse
e acab-sse a ser suicida
cheira a mente derrotada e
cheira a mente derretida
cheira a mente derretida
cheira a mente derretida
cheira a mente derretida
cheira a mente derrotada e
cheira a mente derretida

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