letra de domador de potro - bando gaúcho
êta! matungo veiaco, bagual gavião por demais
de um lote de aporreados, apartou o capataz
um mouro cabano arisco, que nem os cachorro acôa
grita o patrão na porteira, mandei domar esta porqueira
só prá selim da patrôa
o patrão mee disse isso, e o bicho virou tinhoso
berrando e dando pataço, o maula escondeu o tôzo
e eu sou um prego nos arreios, porque nasci gineteando
credo em cruz, virgem maria, parece que o bicho sumia
chão a dentro corcoveando
dei uma sova de laço, no tal cabano sotreta
deixei riscado de mango, do focinho até a paleta
cavalo que eu quebro o queixo, fica manso e de confiança
meu patrão, lhe entrego o potro, mês que vem amanso os outros
que é prá o serviço da estância
minha sina é andar no mundo, dando pau em aporreado
vivo de estância em estância, do aluguel do meu socado
faço do basto o meu trono, no lombo da matungada
não nasceu um redomão, que me bot-sse no chão
em dia de gineteada
bamo cavalo, bamo aporreado
só falta meu coração, que ainda não foi domado
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