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letra de justa(mente) - ângela polícia

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a toxina flui pelas veias de um indivíduo morto numa esquina
agarrado a uma seringa dispensado pela vida, olho para o lado siga
não páro, não olho, não quero ser uma testemunha da cidade

ninguém sabe o que é a verdade mas toda a gente sabe
que a mentira é lavável, mentes curtas são fáceis de ruir

a sério! não estou a mentir apesar de rir de tudo
sou cego, surdo e mudo

no silêncio está a farsa e a virtude anda fraca
deslizo pela cidade de maca, sem makas
a chuva ácida é o meu soro e o fumo negro é meu dono
um adorno na existência que reprovo enquanto o meu povo morre
continuo sóbrio, conformo-me com o óbvio, apago o meu código
alimento o teu ódio, fico paranóico
mais perto de mim morto
mais longe de mim próprio

vaaaaai! tenta a tua sorte na cidade grande
saaaaai! de dentro p’ra fora de nunca p’ra sempre
caaaaai! da colina verde para o chão cinzento
aaaaaai! não consegues vingar-te nesse sustento

quanto queres pela tua liberdade?
quanto pedes pela tua sanidade?
fica d’olho bem aberto, protege a tua enquanto eu entretenho
ninguém p’ra te dar conforto, tens de aguentar
vida de cidade é um esgoto, não tens de ficar
hienas olham de lado, ninguém sabe quem é quem
a desconfiança é tal, não importa de onde vens

(refrão)
vaaaaai! tenta a tua sorte na cidade grande
saaaaai! de dentro para fora de nunca para sempre
caaaaai! da colina verde para o chão cinzento
aaaaaai! não consegues vingar-te nesse sustento

aaaaaahhhh!
aaaaaahhhh!
aaaaaahhhh!
aaaaaahhhh!

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