letra de fundo - adjoint
relato de escravo
escrevo não paro
mais do mesmo, já ando farto
de lado para outro
cansado esgotado quase morto
há dois que não durmo
a sos no meu mundo
a espera que mude este miúdo
então poem me em mute
que eu fico ca até ao fim
hei de correr mas nunca fugir
hei de parar mas não desistir
e caso parar é para respirar
só abrando no fim da linha
sem sobras qualquer rima
único p-sso é saída?
eu só saio no final da partida
por aqui é tudo tão nítido
do fim ao principio, é só
é só o inicio do ciclo
eu vou até ao fim
ate não ver nem ouvir
até não dar mais
e já não da mais
chega de cenas banais
volta as cenas normais
poupa as cordas vocais
se não cais, já cai tanta vez
vezes sem conta
vida não é montra por vezes te deixa sem escolha
só com caneta e folha
para mim isso chega
quero chegar ao final
na paz e com calma
não peço mais nada
queria mais uma jornada
de segunda a segunda
cada segundo acordo
onde não durmo
enquanto vivo pesadelo profundo
eu vou a fundo – afundo
ando farto disso e já disse
quero paz e sossego
mas o ego não para
p-ssa noites em claras
vida as escuras
relatos, pinturas, sombras, figuras
medos fobias escolhas são cópias
e não há fim nisso, volto ao inicio
sou escravo de mim estou por um fio
meu som retrata um filme
não meu som retrata quem sou
sou o que sou e o que quero ser
e mesmo estando no fundo
como escravo eu quero fazer o que gosto
preso a caneta só penso na meta
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