letra de guetos - adilson camacho
e é quando sobram nada além de dias de brumas carregadas por cinzas e sangue
e pensar que havia luz à instantes /e agora só são fictícios acordos de paz pois ainda ouço/ armas e tanques/ a polícia à porta policia o conveniente também pudera comandada por gângsters e gangues / dias em que o poço/ à todo custo e esforço te quer preso ao lodo do fosso / definham a coragem e o zelo não ouço o :eu posso!/ disseram: forca / tenho a corda ao pescoço presa/pelo menos não com a mesma determinação /afirmação / olha o rapaz perdido e sem direcção / facas e garrafas tornaram-se sua religião /essas ruas são personificação do ódio / não posso piscar o meu terceiro olho/ lêem-me os p-ssos e estudam como me movo/tento mas não removo/aquilo que reprovo/ repete-se um outro de novo/ de que o serve a entrega e o denodo/ se me enojo mas me envolvo e nada disso eu devolvo do que piamente provo/carrego nos ombros o dobro do peso do cosmo/meio à tanto clamores e prantos meu irmão mais novo pergunta-me: quem somos?/residentes da cozinha do inferno / e nossa rua é o forno/
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