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letra de 34 - activasom

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[verso 1: fokus]

s. joão novo
34 – 1º
a meio de uma rua íngreme
no porto
num prédio velho
percurso longo de família
com várias gerações
casa de avós paternos
dão berços e educações
poucas recordações
mas histórias não terminam
desconheço o começo
de familiares que lá residiam
nasci nos 90
à boleia de 80
de dois em dois anos
começa a minha existência
humildade, partilha
educação, respeito
valores, princípios
que eu cresci assimilei
jogavá a bola no portal
nos portões do tribunal
fase de conhecimento
crescimento natural
andámos no mesmo ciclo
a bola girava em círculo
o destino fugia
mudei-me para o outro lado do rio
os meus pais a trabalhar
bocas para alimentar
ocupados todo o dia
o dobro da responsabilidade
tiveram que optar
e arranjar outro lar
até se deformar
e eu dividido em dois lugares
coisas que nos afastam
mais tarde nos unem
remamos contra ventos e marés
os contratempos surgem
não importa a distância
e a diferença que a infância fez
depois de todos estes anos
dos erros a estupidez
consciência a lucidez
e como tu vês
foi a maturidade que fez
continuarmos os três
[verso 2: tácio]

a minha porta era tua
a tua casa era a minha
lugar para mais um à mesa
não falta em casa de família
tivemos o que outros queriam
olhavam para nós sem nada
porque sabiam
que em cada um havia o que faltava
infância abençoada
em casa envelhecida
são sete no mesmo tecto
mas três para passar o dia
conforto, rebaldaria
preguiça de quem não devia
trocam uma vista para o rio
por uma brisa marítima
ninguém me perguntou se eu queria!
chegou um dia vi tudo numa carrinha…
vizinhos nem dizem “bom dia”
deixei de ouvir a campainha
marginal ficou rotina
autocarros vão à pinha
desmarco o passe à maria
da janta trata a fatinha
fokus confirma que vinha
de vez, mesa para três
copos enchem alegria
abraços sem despedida
tornar a história viva
agarrar o que fugia
“perto do alcance”
hoje vamos mais longe ainda
é conta certa
contamos com quem nos cerca
mais que música família
não deixem que isso se perca

[verso 3: paulinho]

deixei a porta aberta
para que um de vocês entrasse
fiquei do outro lado à espera
e desisti de cansaço
não resisti, desci
fiquei no portal sentado
chuto a bola contra as paredes
para o prédio não estar calado
nunca pensei que a infância
viesse a ter este prazo
de acabar banhos ao rio
e a bola posta no armário
se é castigo, estou farto
quero sair deste quarto
estou cheio de vestir preto
quando o calor pede o contrário
e só aí percebo
que perder torna-se um hábito
por isso eu não vos largo
vocês são mais que um palco
tão depressa fui a londres
como a matosas de autocarro
quando precisam chego rápido
ao resto, chego atrasado
sei que erro e que falho
e por vezes não admito
posso não dizer que amo
mas demonstro quando é preciso
nunca direi desisto
mesmo que mudem de sítio
vocês provaram que amizade
foi muito mais que ser vizinho
e assim termino

[refrão]

não me perguntes que somos
não estranhes sermos assim
fomos crianças com sonhos
o sonho pôs-nos aqui
em tempos nos afastamos
senão subiste, eu desci
para te ir buscar por entre os braços
para vires para perto de mim
não vás embora daqui!

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