letra de paradoxo - zambu
[intro]
a distância dá saudade
viajo nas memórias
que me puxam para trás
(para trás, yeah… yeah)
[refrão]
brother, diz-me onde é que tu ‘tas
a distância dá saudade
viajo nas memórias que me puxam para trás
elas tornam o destino biforcado e o tempo se desfaz
(se desfaz)
vejo que se ‘tiver mal ou bem isso pra ti tanto faz
eu não quero viver nesse impasse entre a guerra e a paz
esta life é aleatória, avalia bem o que ela te traz
[verso 1]
ainda perdido, focado mas distantе
às vezes no passado
à descobеrta da vida ser bela
e ela passa num instante
há tanto mal amado que vira uma alma sentida
cuja ferida não passa de postela
acredita que a minha também é bélica
cheia de problemas, às vezes parece novela
mas sei aqui é uma passagem
por isso escrevo todas as vivências numa tela
‘pa ter o passaporte com ida para o sky
num barco sem vela
preso num sentimento intemporal fatela
do passado trago este fardo pesado
por isso que um gajo cai
enquanto fico no meu canto
pensando e questionando acapella
o porquê de não sentirem o que eu falo
se são os mesmos que curtem
quando repito o memo diálogo
no canto deste fado, ya, de vaívem
a music deixa-me fly
onde todo o bando de abutres eu espanto
‘pa não fazer o previsível
dou giros no espaço e a momma diz: son, don’t cry
dela não dá ‘pa esconder deste manto invisível
eu só quero é ‘tar bem pa orgulhar a mana e o pai
mesmo que para o mundo não seja visível
essa life é madrasta mas eu tive padrasto
conectou-me ao universo sem usar wifi
e já não dou fuga do cadastro
caguei no fruto mais apetecível
até memo com bué problemas
destemível, pro trabalho vai
são os desabafos de cada verso que motivam
da porta ‘pa fora quando puto sai de casa
à procura da saída do meu labirinto, ainda tou à caça
sou eu a minha cura, antes pensava que eram bafos
e ‘tar sempre na passa numa vida de loucura
com uma garrafa de tinto ‘pa ver se a mágoa passava
mas na realidade vi que as letras são um esboço da alma
quando eu pinto com a tinta da caneta
sobre falsidade disfarçada que só diz farsa
eu ‘tou run como um atleta sem nunca dar ‘pa vedeta
à velocidade da tartaruga aprecio nesta retrospetiva
o que ‘tá antes da minha meta
e em primeiro não ‘tá a massa, mas vá passando à frente
já sei que a minha verdade é o que afeta a falsa gente
também sei quem é o people que por aí ainda faz só sh-t
topo quase tudo o que é peta
no topo há muito falso poeta que é capeta
cá se fazem, cá se pagam
todos já levámos do karma uma seta
eu ‘tou atento às minhas atitudes
‘pa ver se ele nunca mais me acerta
porém o mais complexo de tudo
é fazer constantemente a escolha certa
eu olho para a estante a ver fotos antigas
e surge na mente a voz da stora que me deu o alerta
que se ficasse só agarrado às paranóias
faria de mim uma pessoa lerda
hoje dou-lhe mais razão depois de a mandar à merda
eu era bué fechado porém sempre de mente aberta
(aberta, yeah.. yeah)
[outro]
então brother, diz-me onde é que tu ‘tas
a distância dá saudade
viajo nas memórias que me puxam para trás
(para trás, para trás, yeah… yeah)
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