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letra de medusa - yaroze

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[intro – áudio cortado de rare footage of 1950’s housewife on lsd]

(here is part of an interview, with a subject, just before lsd is administered

i’m a little bit, a little nervous, perhaps

it’s here, can’t you feel it? the whole room, this, this, everything is in color and i can feel the air, i can see it, i can see all the molecules.)

fui pró espaço em ácidos, num veículo d’aço, contornei traços
medi os meus passos, calculados em buracos e vácuos

3, 2, 1, yaroze

controla-a, por favor, ela tá mad colas
porque eu disse que a via, mas só de collants
isso é porque mentiu e disse, olhos só pra um gajo
miúda, pega no balão, olha sopra еm baixo

tás com álcool no sangue, na-na, isso é ‘ina
ela vai atrás do saco, ma- não há mais ‘ftaminas
pediu um golo de água, podе ser tem vitaminas
ainda tás com sede, vá lá, bebe da minha

reações químicas, físicas e hormonais
compelem-me a seduzir-te para comportamentos naturais
seguem-se lamentos com posições fetais
há sangue nas pautas, composições fatais
[interlúdio]

cobras na tua cabeça tentaram picar-me
portas do avesso dão acesso ao bem estar
as costas já sangravam antes da unha se cravar
e esse olhar tão frio, deixa-me só petrificado

pupilas dilatadas e cor pálida no meu rosto
o sangue já correu pra baixo, para alimentar o monstro
e a dureza com destreza já começa a deslizar
cresço dentro do templo com a têmpora a latejar

e o tempo ‘tá tão lento já nem parece passar
e a tarefa do momento não é passível de parar
pois eu ‘tou dentro e sinto-me enfeitiçado
vi em mim animal, um cão atiçado

eu bebi algo, foi walker ou cutty sark
ela tinha avisado para eu deixar respirar
mas já foi tarde, agi pelas influências
pelas demências, insistências da estupefaciência

vejo estrelas e asteróides, luas e planetas
colidi com ela com o impacto de mil cometas
apenas um crime só te peço que não cometas
o que passou aqui hoje (ssssh…) ninguém comenta
e ela tenta, ela tenta, ela tenta levar-me para o outro lado
mas há coisas que me agarram não me deixam ser levado
é o meu corpo que não mente, instinto antepassado
não plantes a tua s-m-nte na mulher do diabo

eu recuso, sou bruto, não ofereço o néctar
eu devia estar no fundo, a milhas e héctares
ela morde, o meu rosto, o sumo onde é que tá?
ela bebe, com gosto, o sangue q’tá a jorrar

com engenho, pego num espelho e aponto-lhe à face
e o reflexo, é péssimo, como se a purificasse
e o desenho do desejo, começa a quebrar
em pó ela se torna, para o vento a levar

[outro]

antes de ir embora ela fez uma última pose
e o medo ganha forma pois tenho mais uma dose

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