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letra de abracadabra - yaroze

pensamentos, insólitos mórbidos onde a minha mente rasteja
alimentados por químicos líricos que gotejam
como uma intravenosa, danosa, que me embebeda
embebida nas ideias mais macabras, abracadabra
o game está morto, não fui eu, mas abro o cadáver
retiro orgãos, bebo sangue, experimento com o seu corpo
faço cortes, espremo olhos, destilo para um copo
e bebo desse cálice para poder cuspir mais um pouco

oh não, que esta merda é sinistra
cuidado com a substância que te administram
eu estou preso no nevoeiro, já não me sinto inteiro
não quero saber do teu viveiro ou do teu dinheiro
passa-me o isqueiro, mais um prego no caixão
mais um prémio na minha mão, mais um spliff mais um canhão
mais um beef, mais uma razão, então

não sou moribundo
eu sou furibundo
odiei o mundo
eu vim lá do fundo x2

eu vejo tantos patetas, correm ‘trás da guita feitos atletas
com metas dispersas atrás dos feitos de vedetas
parabéns aos que comem uma peça, há uns sem a me’ma sorte
e o vosso nome não é usain bolt, não me apanham nem que usem bolt
e eis que os envolvo, mortalha e rolo
ossos queimados, carbonizados em estado puro
pr-ntos para serem fumados como as cinzas do shakur
respira fundo, ‘tás pedrado mas esta não tem cura
água mole tanto dá que até a pedra fura
fiz guacamole, do teu skull, é mistura pura
bebi do teu conhecimento e só fiquei mais burro-ah ah ah ah
com pouco ou nada, sempre independente da paka
só microfone ligado à tomada e veia inchada de raiva
a fome nunca acaba, enquanto não esgoto a palavra
se a corda vocal rebenta, ouve o meu eco na quadraaaaa

não sou moribundo
eu sou furibundo
odiei o mundo
eu vim lá do fundo x2

- yaroze

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