letra de último pedido - vitor ramil
se um dia a morte maleva
me dá um pealo de cucharra
numa saída de farra
me faça torcer o alcatre
me ajeitem bem sobre um catre
me tirem os laço das garra
a morte é sorra mui mansa
comedera de sovéu
que vem, desarma o mundeo
a mandado do senhor
nos larga num corredor
e dá uma espantada pro céu
me enterrem num campo aberto
que eu sinta o vento pampeiro
em vez de vela, um candeeiro
ao pé da cruz falquejada
que eu possa enxergar a estrada
por onde p-ssa o tropeiro
depois me deixem solito
sobre o fraldão da coxilha
junto ao pé da coronilha
entre a mangueira e a tapera
na “estância da primavera”
coberto pela flexilha
que eu ouça o berro do gado
de uma tropa em pastoreio
ouça o barulho do freio
e o gaguejar das cordeonas
e retouços de redomonas
no chapadão do rodeio
que eu sinta o cheiro da terra
molhada da chuva em manga
sinta o cheiro da pitanga
no barracão do pesqueiro
e o canto do joão-barreiro
trazendo barro da sanga
vou me juntar lá no céu
onde só deus bate asa
não quero dar oh! de casa
que a porta grande se tranque
que me espere no palanque
churrasco gordo na brasa
vou viver na estância grande
deste patrão soberano
levar comigo o minuano
pro rancho de algum posteiro
e pedir pra ficar lindeiro
com o imortal aureliano
mas se lá não tiver carreira
nem marcação campo a fora
nem índio arrastando espora
num jogo-de-osso em domingo
eu quebro o cacho do pingo
e juro que venho embora
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