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letra de dias em branco - victor xamã

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[victor xamã]
meu som nas área igual o nazário
meu combustível é o improvável
desde menor eu transpiro
um líquido inflamável

eu falo pouco (fala sem dó gata)
-mas rima pra caralho
em todo canto conflito
por isso tem que andar ligado

um tipo de ficção
que se piscar engole a realidade
viver é pecado?
me delicio minha diversão

entro na tua mente sem, sem, sem, sem permissão
a estrado pro sucesso é solitária
eu não quero caridade
respeito não se pede se impõе

no país do exibicionismo
oportunismo vira altruísmo
o protagonista não tá na revista
é o antagonista
devanеio neoliberalista
publicidade vale mais que a vida
um bilionário marxista
é um cristão bolsonarista

você tá na mira
na mira, na mira do gold finger
o mais foda e o mais elegante
da amazônia diamante de sangue

no canto da festa com jack & ginger
grito pra cena segue o líder
não sou o que a indústria quer
sou o que ela precisa

dias em branco
noites em claro
dias em branco
noites em claro

fraco nunca
de olho no montante
fraco nunca
de olho no montante

dias em branco
noites em claro
dias em branco
noites em claro
fraco nunca
de olho no montante
fraco nunca
de olho no montante

[gigante no mic]
ragnar no ragnarok
shah jahan no taj mahal
perfumei com as ervas de alfazema
refletindo uma idéia do mahal

tomahawk na caneta
tony hawk, anos 90
nunca fui no vila country
nada contra, eu sou poeta

um gole de café doce
noites em claro
não sou de rezar no monte
minha fé move montanhas

de goiânia ao himalia
é o kilimanjaro na tanzânia
sonhar alto custa caro
eu vim do morro do mendanha
minhas medalhas não foram compradas
existe uma cena fora da cena
a bolha por noiz foi estourada

não é batalha de out fit
vida real se eu tô no feat
v xamã, matheus coringa
gigante no mic. oh sh-t!

contrabando de um bando contra cópia
a fama passa, hoje ninguém lembra da nokia
um bom malandro não se contenta com as sobras
derramei o leite porque a nata tava morta

melhor morrer pra renascer e virar adubo em alguma horta
livre arbítrio e destino. fifty/fifty, então soma
eu vim do caos, eu tô no o caos, eu tenho causa
a indústria tem produtos, nosso rap ainda tem alma

dias em branco
noites em claro
dias em branco
noites em claro

fraco nunca
de olho no montante
fraco nunca
de olho no montante

dias em branco
noites em claro
dias em branco
noites em claro

fraco nunca
de olho no montante
fraco nunca
de olho no montante

[matheus coringa]
aprendi no plata o plomo
ensinei que não tem dono
o mundo não é uma ong
é a garganta do diabo

essa caneta é a faca
escrevendo o que me mata
pois é na escuridão que o iluminado se destaca!

eu sempre dei minha cara tapa
mas com máscaras de ferro
se eu tiro eu chego tipo freddie gibbs
num cenário nx zero

os melhores vivem o tédio de godard tentando mensurar o vazio
mas essa profissão não deixa
queremos tudo tipo scarface
eu não vim pra ter amigo pra lotar o meu face

dinheiro é bom se essa é a pergunta
só que o rap me fez mc e não uma put-
nunca vou ser o que a sua indústria quer
sou sua própria criação que te assusta

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