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letra de roda de rezo - verbo records

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[verso 1: metamorfose]
e nessa mata aonde eu rezo
peço licença a natureza e a cachoeira
do velho ciclo eu me despeço
que a ascensão seja o caminho até a centelha
e que a consciência plena banhe todo o universo
a mãe oxum eu peço e benção
que os nossos guias eles venham
que essa mata os recebam
para que levem esses versos
ouça com atenção a sagrada chamada
com o coração aberto, ouça essas águas
o rezo abençoado
do sábia que subiu essa montanha para rezar pra aldeia
o dia tão esperado
o decreto dos anjos
o bailado dos astros
então ouça esse encanto que ecoa no espaço
e com ele eu voo e emano
eu vou e canto por todo lado
em cada galho que me encaixo
a transição eu danço
eu danço
sobre a fogueira do existir
mas ninguém consegue ver o fogo
e eu danço
sobre a fogueira do existir
e levo o ti o sagrado sopro
de pé caboclo

[verso 2: pegê]
“depressão -ssola
e eu só na sala, mano
decido ir pra fora
um pé la fora, altera o rumo…
me aprofundo no oceano
adentro meu peito
meu senso, imperfeito
nadando ao berço
da nascente em seu leito
disterço rente ao lago
ao lado, das ribeiras, nas beiras
ladeiras, riachos
pelos pastos vastos de areia
desertos em crise, vivem
incertas vias conduzem
fluidos trazendo impulsos
irmãos, c-n-lizem o surto
mundo em curto
na translação
mundo em giro
alterando o eixo
renovando o ciclo
em transgressão
na compreensão
de si mesmo
me atento, fito o monte!
mata adentro, dentro da caverna
hiberno um tempo
em meu silêncio
acendo a chama interna, penso
e quando a mente leza? tenso!
e quando não se preza gentileza?
e quanto tempo resta
pra libertar uma alma presa?
sem amor? suspenso e penso, cai
prum lado errado, lado contrário…
desvia, e é sem fuga por onde vai
o vento que não vemos…
me faz sentir como o beijo do pai!
doce e tranquila a voz que sai
como as flores que caem…
e voltam pro colo, do universo
um gesto simples sincero
borboletas acariciando o teto, infinito

[verso 3: bruno cons]
só agradecer!
regando, observando a arvore crescer
as frutas amadurecer
qual vai cair, me alimentar e dar de comer
dentro e fora no agora
florescer a rosa celeste, que se manifeste
eu silencio, inicio a prece
pra que as nascentes nunca sequem
o rio corrente nunca cesse, o oceano acesse
leve nada, deixa leve
nada as profundas águas escuras, rompendo a casca dura
os pés infundados na terra
na fé, sob as trevoas das ruas
coração pulsa é a bussola
chuva de cometa, estrela cadente na boca do céu
a s-m-nte, sem mente, que mente em algum papel em ruídos
peço que os anjos cantem comigo
a cada canto, a cada encontro
reencontro cada um do meu bando no louvor
os urubu e os beija – flor
bate o tambor é o clamor da terra
nova era (prospera)
que se revele as listras de deus
no sol e sereno 7 cor
elo entre o divino você e eu
pelo amor, nos p-ssos do meio
no ardor do fogo libero a dor
sem medo no amor
ahow!

[verso 4: axel alberigi]
costumo vir aqui pra ver o barco partir
silenciar, observar a realidade que fiz
ouvir o sol dizer na pele segue que é isso aí
mergulhador até os corais, fundo pra descobrir
sinais das estrelas voltar e ter alguém pra cobrir
peço pra águia subir com minhas falas
por cima do telhado das casas
deixar a mente sem palavras
por de trás do pensamento me vi
nem me viu, sou nada
não se apega em mim que eu vou com o rio, sou água
hare rama rima rara
a voz do vento sara, livra das amarras
do excesso, no perdão de cada gesto
pra tirar do peito o gesso
nesse mar seco eu me busco a séculos
curo os escuros, peço ao verso rezo luz
rap é o om, irradiação, raios do som
filhos do tom celeste. ano 2017
pra frente, pra sempre…
sem ponto final, só ponto vital
linha sai pela dorsal
vim do cósmico oval, vim da gema
sou leão com asa
levo através do véu até sua casa
cor de céu e bate a caixa
nessa condição tão baixa, grave
transm-tação nas faixa é o que cabe
é só silenciar…
essas montanhas lembram o mar
herança azul escuro
onde sempre existiu dois, agora existe um é uno
salve magrão, tomás, pegê e bruno!

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