letra de morte do princípe d. afonso de portugal - various artists
mariquinhas à janela, casada com treze dias
quando passa um cavaleiro, tristes novas lhe trazia
“tristes novas trago eu, tristes novas de chorar
que o seu marido é morto em terras de portugal
deu do cavalo em baixo, em cima do areal
arrebentou fel e corpo, em estado de não escapar”
ela que ouviu aquilo tratou de encaminhar
com as suas joias atrás, na poderem alcançar
chegou ao pé do marido, um abraço lhe ia dar
“de onde vindes, mulher? não me acabes de matar
que ainda és menina nova, ainda podereis casar”
“eu não me caso, não quero, sem ganhar o meu perdido
eu não sei se alcançarei outro tão belo marido”
“chamem-me aquele doutor, que lá vai naquela rua
que eu quero-lhe perguntar se mal de amores tem cura”
“mal de amores não tem cura, que é um mal desamarrado
quem morre de mal de amores, não se enterra em sagrado
enterra-se em campos verdes, onde se apastora o gado
com meio braço de fora e com o seu letreito armado
para quem passar dizer: morreu um triste desgraçado
para quem passar dizer: morreu um triste desgraçado”
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