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letra de anotonomeucaderno - thejoia

[letra de “anotonomeucaderno” de thejoia]

[parte 1 – anotonomeucaderno]

[scratchs- nabru em “lithium”]

todas as noites, pensando em poesias
longe de blocos de notas eu perco as minhas ideias
eu escrevo na mente tudo que eu falo na hora-
eu escrevo na mente tudo que eu falo na hora-

[intro]
e por um tempo
foi só eu e meu caderno de letra (só)
eu ja tirava de letra (só, só)
mas cês levaram ao pé da letra
não entendiam o simbolismo
e o liricismo
e o ócio criativo
transbordou minha mente
com mil e uma rimas
eu vou ser o melhorzin do bairro (eu vou)
agradeço às batidas

[refrão]
eu lеmbro de eu escrеvendo rap’s
no final do meu caderno
ele tava comigo lá no inferno (tava)
longe de blocos de notas
eu perco as minhas ideias (aham)
mas tudo que eu canto vira eterno (vira eterno)
[scratchs – michaoficial em “tictac”]
eu lembro de eu escrevendo rap’s
no final do meu caderno-

[scratchs- nabru em “lithium”]
longe de blocos de notas
eu perco as minhas ideias (aham)

[refrão]
(eu lembro, eu lembro)
eu lembro de eu escrevendo rap’s
no final do meu caderno (eu lembro)
ele tava comigo lá no inferno (tava)
longe de blocos de notas
eu perco as minhas ideias (aham)
mas tudo que eu canto vira eterno (vira eterno)

[verso]
‘memo q o que eu senti só fosse de momento
repare como acompanha o batimento
conhecimento e energia espanta o céu cinzento (espanta)

me subestimaram, livramento (amém)
mendiram meu talento (nah)
não cabo na sua régua (não)
não organizo trégua (jamais)
se não aguenta tomar cê não provoca (boom)
eu faço o que dá na telha, eu não sigo moda
e não é culpa minha se o que eu faço te incomoda

mas sigo crescendo e me
lapidando como um bonsai
quer sair na mão? sai
quer brotar, então tá
quer fugir? então vai
cê quer me derrubar
você pode tentar
mas não vai ser o primeiro
que tentou, não falhou
mesmo assim, levantei (de novo)
que levou foi deus
não fui eu que ceifei (não fui eu)
tipo um scy-fi
vamo ver quem cai (an)
me sinto cassian
despisto as hordas
espalho a palavra
eles não me acham

[parte 2 – rabiscostortosimperfeitos]
(alou, alou, testando)
do início, do início
(vamo, ok, do início então)
eu lembro de eu
(eu lembro)
num solstício
(não, não, não, ta errado, pare)

eu lembro de eu
escrevendo raps no final do meu caderno
(fuga do- não)

eu lembro de eu, (eu lembro)
escrevendo rap’s no final do meu caderno
fuga do ápice, encontro o íntimo (encontro)
conforme o ritmo, repito ciclos
fugi do óbvio, do provável e do possível (fugi)
eu sou um desastre morfológico (eu sou)
mas se todas as palavras são inventadas
que diferença faz? (nenhuma)
no túmulo da lápide
sinópses, sinápses
e um pequeno resumo (aham)
objetos de consumo
e se precisar eu sumo (eu sumo)
na neblina
surfo na morte lírica
é necromancia (necromancia)
a arte de roubar o mundo
e registrar numa efêmera página (efemêra)
como uma cama elástica
lá de cima eu vejo tudo
mas logo eu caio (logo logo)
sempre no mesmo lugar
eu não me desamparo (não)
eu tenho metas, são minha âncora (eu tenho)
meu para-raio (aham)
me jogue num buraco
me veja organizar os cacos (os cacos)
-n-lizar os fatos (os fatos)
tenho muita garra e os sentidos aguçados
eu me sinto logan (aham)
estrelas mirins são esquecidas
eu não posso acabar igual macauly culkin
ou lindsay lohan (não posso)
muito nova e ingênua
pra lidar com a cena (e antes)
e antes que meu nome vire slogan
do fracasso
eu defendo que o que eu faço
é arte pra caralho
esse sempre foi o meu maior problema (sempre foi)
que me torna delito
no rap eu me deleito
no meu caderno de letra
rabiscos tortos e imperfeitos
só quando eu me permito ver os defeitos
sem muito filtro memo
sem muito polimento
cantando o que vem de dentro
quase cru, mas nunca mal feito (nunca)
seja com ou sem conceito
eu abro meu peito (eu abro)
demonstro um novo trecho
do sujeito
a cada letra ou texto
(aham)

meu caderno de letras
(meu caderno de letras)
take 2 (take 2, take 2)
assinado: thejoia

- thejoia

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