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letra de estórias - teller

[verso 1]
eram só estórias encantadas?
ou estórias mal contadas?
eram só lúcidos sonhos duma criança fascinada
ou estupidos contos duma visão atordoada?
foi assim que abri a página do livro
com aquela assente inocente vontade de ser livre
hoje contemplo o sentimento daquele porto de abrigo
lembro bons velhos tempos em que o limite era infinito
momentos sem drama
entre bojardas e pedradas mais leves grama a grama
sem pensar que no era a grana sem saber o que é dever
sem pensar que quem nos ama também nos deu de comer
quando não sabia ver o valor da ignorância
que um facto é abstrato a quem não dá sua importância
é só criar distância fugir da realidade
que a verdade traz a ânsia que atormenta a felicidade

[refrão]
eu nunca me arrependo
o que tá feito, tá feito e eu nunca me arrependo
eu nunca me arrependo
até posso tar errado, só assim é que eu aprendo
eu nunca me arrependo
o que tá feito, tá feito e eu nunca me arrependo
eu nunca me arrependo
[verso 2]
eu ouvi estórias encantadas já levadas pelo vento
de cabeças deslumbradas no seu próprio isolamento
será tormento ou amargura ou ausência de ternura?
a agua é mole e a pedra é dura mas a mente não tem cura
e a minha já foi burra nessa manipulação
quando a inocência pura foi chamada à razão
então sai dessa prisão e libertei-me desse fascínio
pois quem tem olho é rei e eu pus o “dom” no meu domínio
eu ouvi estórias mal contadas
de bocas mal lavadas e olhares de interesseiros
mas cedo eu fiz-me à estrada
que nesta caminhada quem ganha foge primeiro
e tu só tens a perder se fores levado pela inveja
se acreditares naquele que até calado te menospreza
tu caminha e faz te surdo vai ao topo dessa montanha
que a arvore só dá fruto a quem do chão também apanha
chega de estórias encantadas
de chorar pelos meus brothers perdidos a caminho
chega de estórias mal contadas
que essas memórias guardadas não definem o destino

- teller

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