letra de paciência - tasc0
[verso 1]
(aaaa, bem eu…)
sempre me encarei multi-disciplinar
já comecei culto e desci ‘pró bar
mas quando me encabrei eu aceite
a vida fora da regra, como a terra está ‘pró mar
num pretérito perfeito, como um sonhador
fui encontrando mérito desfeito debaixo deste tractor
com que lavro essas sinapses com inquéritos, eu espreito…
um périplo infinito sem ser levado a peito
fétido no rap, eu sinto-me azeite
peço desculpa a mim próprio pelas multis, pelo hate
desculpa a moca sórdida quando eu só penso em cus
e quando puxo a corda inflexível, era estátua grega
viro puta, s-x symbol (foda-se)
caí com o salário, puto pensa ao contrário:
rei leão nunca quis ser simba
e tento a fuga do armário, trancado doze anos
vocês jamais enganam quem se ensina
[bridge]
eu perdi a paciência ‘pra quem se empina em bicos de pés
em cima do que veste e do que consegue com cash
sei que quando o perderem sacam bicos por dez
[verso 2]
estou convicto no convés, marinheiro sem maré
atracado nesta festa, sem saber que tu és
só podes querer que a minha testa fique em sangue
marradas na parede, atesta se queres que eu ande
olha-m’esta… queres que abrande?!
quando são as palavras ao volante
e eu só quero que a ferida estanque
não espero vida grande, não quero encher a pança
foder-me em portugal ‘pra trabalhar em frança?
curtes da dança?!
ou és mais uma térmita eremita hermafrodita
a viver numa atmosfera hermética?
(é uma questão de ética)
são anos em conserva, toma atenção
antes que a tensão tenha uma quebra
não sei o que me tornou tão pessimista
só sei que no café a pedir tostas, peço a mista
(eu não confio nas outras tostas)
para mim um bom fim de semana é:
ser humano dentro de água com um cinto de escama
deixar rolar o beat e enrolar a grama
(bom fim de semana…)
[bridge]
eu perdi a paciência ‘pra quem se empina em bicos de pés
em cima do que veste e do que consegue com cash
sei que quando o perderem sacam bicos por dez
e eu volto a casa com bolhas nos pés sem querer saber da paca
[verso 3]
ya, sem querer saber da paca
chama-me esquelético
cabeça de céptico ou pouco poético
verdade é que isto é tipo:
destruição maciça de horas
em que outrora a preguiça me encravava
palavras amarradas e sem sentido estético
e ainda esperam ver a justiça poética…
rap tuga numa fossa séptica
no meio da merda espero que o secta dite a métrica
(props e até mai’ logo)
eu vou bazar ‘pra ser pastor
passar tardes com cabras sem ver pessoas
porque estas se tornam cabras (eu também)
eu vou bazar ‘pra sempre eu estou
farto dessa farsa e da ração para esta dor
farto dessa farsa e da ração para esta dor
era da supressão à espera do salvador
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