letra de diz-me - sujeito mcn
talvez eu venha um pouco tarde demais
passaram-se o quê? dois anos ou mais?
o tempo mexeu comigo, deixou-me habituado
a estar anestesiado para viver com o pecado
as palavras que eu te disse, voaram com o vento
foi o a única maneira de sentir o sofrimento
agora estou aqui, (tou) lembras-te de mim?
eu sei que fui embora, mas nem tudo tem um fim
isto não tem de ser assim, eu sei que fui covarde
podes até dizer que é tarde, mas esta merda ainda arde
e se a resposta for silêncio eu não te vou julgar
é uma aposta do momento eu não me posso castigar
ultimamente só este caderno me percebe
e de tanto me lamentar também ele já bebe (já bebe)
o suposto era esquecer, bem que tento e a sofrer
apareceste-me num sonho o que é que eu posso fazer?
refrão:
diz-me onde é que estás, porque eu já não estou lá
diz-me onde é que foste porque eu já não estou cá
às voltas que isto deu até o destino fica tonto
com o nosso amor e ódio tantas vezes em confronto
diz-me onde é que estás, porque eu já não estou lá
diz-me onde é que foste porque eu já não estou cá
às voltas que isto deu até o destino fica tonto
com o nosso amor e ódio tantas vezes em confronto
(excerto de “quando vier a primavera”, de alberto caeiro)
“gosto que tudo seja real
e que tudo esteja certo
e gosto porque assim seria mesmo que eu não gostasse
por isso, se morrer agora, morro contente, porque tudo é real e tudo está certo
o que for, quando for, é que será o que é”
fumei tão confiante que o fumo levaria
de mim todos os pensamentos em que tu aparecias
já se faziam uns dias que eu não te via
talvez uns meses desculpa perdi-me na poesia
a chama reacendia sempre que passavas por mim
mas o frio arrepia eu não consigo estar assim
quando erramos tentamos desculparmos com enganos do que as coisas podiam ter sido
pensamos estar perdidos e achamos que a vida que levamos não parece ganhar sentido
mas o tempo tem formas engraçadas de atuar
eu não quero mais tentar, eu deixei de me culpar
demorei a perceber que o aconteceu tinha que acontecer
e nada podia fazer
estes papéis em branco andavam-me a consumir
de que servem as palavras senão me podes ouvir?
diz-me onde é que estás, porque eu já não estou lá
diz-me onde é que foste porque eu já não estou cá
às voltas que isto deu até o destino fica tonto
com o nosso amor e ódio tantas vezes em confronto
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