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letra de quem tu queres - subtil

[letra de “quem tu queres”]

[verso]
eu não sou quem tu queres, eu não sou quem tu queres
eu trago fados da mouraria na altura em que eu mexia
se não desse corda ao sapato, não havia guita no fim do dia
porque eu fim dobrava, mas queria mais do que tinha
e o que eu tinha, gastava em trigo p’ra fazer farinha
mas que vida era a minha, mas que trip era a tua?
se a lua ainda brilha, existe vida na rua, e a rua mata-te
puto, engata-te ao reboque, se não eu próprio te roubo
os reebok, nike, adidas, a gucci não faz salva-vidas
faz das vidas ricas um alvo, também quero ir às maldivas
antes de ficar calvo, mas o cabelo que cresça
até um pingo de água faz com que essa falsa humildade apodreça
deus que apareça durante a ondulação numa aparição
e que traga d. sebastião sem cabeça
uso a minha maldição como uma defesa
comboio fantasma traz mais uma presa
pelos dias em que fátima não teve nenhuma vela acesa
deixarei os dedos dos traidores na vossa mesa
eu sempre sofri de amores sem levar o amor a veneza
odeio pestanas falsas, unhas falsas, e produtos de beleza
aprendi que com gente falsa é melhor ter a certeza
se for de qualidade fraca, é de marca chinesa
eu não sou quem tu queres, eu sou quem tu queres ser
mas quereres ser eu é meio caminho p’rá tua mãe te perder
sim, tu, chico fininho do mais fininho que possa haver
atrás dos putos e de todos os lucros que o rap possa ter
e quem é que vem ai afinal? até o patinho feio vira cisne no final
eu não fiquei a meio, cismei até ao final
e aprendi que até quem fica calado, tem mais potencial
solta só o manguito, o mike controla o ritmo e diz-me
fuma o pipe na varanda, puto, senão irrito-me
e eu frito-me todo se não fumar
quilos estão a valer o dobro e tu compras a triplicar
um jogo da cabra cega em que alguém sai sempre a ganhar
enquanto o mais novo não te entrega, dás que falar
porque eles aqui só sentem amor pela kiza
em pasta ou pó, em casa ou missa
nas brasas fiquei sozinho enfrente à juíza
mas nunca entreguei o padrinho à justiça
o vizinho que dobre a lingua
p’ra bom entendedor, chega meia palavra ainda
p’ra bom trabalhador, tens a tua roupa muito limpa
dono e senhor de um nariz que só pinga
acompanha a ginga da minha gíria, fiel à luta como uma valquíria
desde do hidromel ao chá de tília, só paro pelo bem estar da família
isso é certo e sabido, o teu rap está wack e batido
levem daqui esse dread, senão ele é abatido
e eu não quero mais sangue no crib, tenho um tapete estendido
pelo chão do estúdio com a pele do teu rapper favorito
ri-te, ri-te, mas ri-te sozinho, vais perceber o que perder a piada
quando me encontrares a meio caminho
tipo estás sem pedalada ou isso é do vinho
descansa, eu trato da tua familia com carinho
e um carrinho de molas, a vocês carreira é o quê?
rifas p’ra beberem jolas? o meu terceiro cd?
ainda achas que descolas?
voas é rente ao chão bem juntinho às minhas solas
desfolas-te todo e nem acertas o tempo das tarolas
gravas, cortas o take todo e colas
se o assunto é rap, hoje existem escolas
onde até te ensinam maneiras de teres mais followers
sempre me disseram: “puto, tu devias era juntar uns dólares
fazeres um clip daqueles cheio de rabos e pistolas
um hit, noites de verão, s-xo e drogas”
quando eu só queria que a judite nunca apanhasse provas

- subtil

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